Critica: La Casa de Papel Parte 4 se manteve fiel a fórmula de sucesso

Crítica da quarta parte de La Casa de Papel, série original da Netflix. O Mix de Séries teve acesso aos episódios previamente. Textos SEM SPOILERS.

Critica La Casa de Papel Parte 4
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O fenômeno mundial La Casa de Papel está de volta

Quem diria que uma série sobre assalto a banco pudesse se tornar tão popular como La Casa de Papel. Após ser adquirida pela Netflix, o drama ganhou status de fenômeno com ares de superprodução. A bem executada parte 3 da série divertiu seu público, mas pecou pela falta de ousadia apresentando uma trama similar, e entregando poucas novidades.

O final eletrizante deixou a rainha do matriarcado, Nairóbi, entre a vida e morte. Lisboa sendo capturada pela polícia, deixando o Professor acreditar em sua morte. Enquanto Tóquio e Rio explodiram um tanque do exército com um lança-mísseis. O Professor declarou guerra ao Estado e o público ficou aflito e ansioso para continuação dessa história (relembre detalhes do final da parte 3).

Na estreia da parte 4 todas as perguntas são respondidas. Nairóbi está em estado grave sendo necessária uma cirurgia de emergência. Todos acreditam que Lisboa foi cruelmente executada. O professor está devastado e percebe que perdeu o controle da situação. Lisboa recebe uma oferta de liberdade e sua lealdade ao Professor e ao plano é testada.

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O desafio está ainda maior, e a possibilidade de fuga com todo aquele ouro está cada vez mais difícil. Como de costume, a tensão, o suspense e a ação frenética das temporadas anteriores estão presentes. O caos toma conta, o plano precisa de alguns improvisos e o grupo além de resolver seus conflitos pessoais precisa lidar com um inimigo interno implacável, além de uma traição.

Nos novos episódios o plano está ameaçado e ninguém está a salvo

O Mix de Séries teve acesso aos cinco primeiros episódios da parte 4 antecipadamente. E podemos garantir: a série continua incrivelmente viciante e divertida. Os novos episódios exploram as consequências de todos os conflitos que surgiram no final dramático da parte 3.

Vale lembrar, no entanto, que a série sempre foi sobre poder e controle. O Professor por muito tempo esteve no controle da situação, sempre um passo à frente da investigação. Porém, ele está perdido e totalmente impotente. Sierra está no controle agora, e o grupo precisa recalcular a rota e se reinventar se quiser sair vivo e com o ouro do banco.

O excêntrico e complexo Berlim segue mais vivo do que nunca participando da trama através de novas cenas de flashback. Sua relação com o Professor e com Palermo são exploradas, incluindo seu casamento e a organização do plano de assalto. Outra figura controversa é Arturito, que agora atua como coaching e conseguiu se infiltrar no assalto por motivos desconhecidos. Mas não demora muito para ele começar a agir.

O caos toma conta da operação de La Casa de Papel

Tudo se torna cada vez mais complicado, à medida que conflitos entre os membros do grupo aumentam e a briga pela liderança faz surgir um novo inimigo. Tóquio continua impulsiva enquanto Rio está traumatizado pela tortura que sofreu. Palermo continua mentalmente desequilibrado colocando tudo em risco por causa de seu ego. Ele tem um papel importante no plano que ele mesmo ajudou a construir. Bogotá e Marselha, que também foram introduzidos na parte 3, ganham destaque. E além disso, uma nova personagem transexual vai surpreender o público.

Em meio a todo caos, surge uma espécie de trégua entre os ladrões e a polícia. Um momento de paz o qual os dois lados estão trabalhando em alguma estratégia para conseguir uma vantagem nesta guerra declarada. A inspetora Sierra está mais voraz do que nunca e sem dúvida é uma adversária à altura do Professor. Os novos episódios dão destaque a sua vida pessoal e ao confronto com Lisboa.

Considerações finais

La Casa de Papel continua sendo bem executada, mesmo sem se arriscar em sua narrativa. A fotografia e produção cinematográfica com linguagem de série de TV entregam tudo que o público gosta. O resultado são episódios viciantes e uma maratona garantida.

O roteiro continua se apoiando nos relacionamentos para humanizar os personagens. Mesmo que sejam conhecidos do público, os personagens encontram novas formas de surpreender a medida que são forçados a tomar decisões arriscadas sem o apoio do Professor. Os ânimos estão à flor da pele, e o novo inimigo causa o caos em grandes proporções. Gandia, o chefe da segurança do banco é assustadoramente intimidador. Ironicamente ele sequestra seus sequestradores.

A estrutura da história se repete, e dessa vez o roubo fica em segundo plano para evidenciar os problemas que surgem do caos que toma conta da operação no banco da Espanha. Ainda que seja divertido acompanhar os planos mirabolantes do Professor e as loucas reviravoltas, nota-se um esgotamento da fórmula. Os flashbacks tem a função de ilustrar e justificar a ação no tempo presente. Mas agora sentimos que eles servem mais para manter Berlim vivo na história. O público pode notar que os novos episódios são parecidos com a parte 2 e devem trazer um encerramento ao novo assalto sem decepcionar.

Definitivamente, a série deveria terminar agora, porém rumores apontam uma renovação para mais duas partes com um total de 16 episódios. Espera-se que a parte 4 traga uma conclusão do assalto e amarre todas as pontas trazendo um final satisfatório assim como ocorreu na conclusão da parte 2. Os últimos três episódios certamente reservam muitas surpresas e reviravoltas insanas como de costume.

La Casa de Papel Parte 4 estreia mundialmente no dia 3 de abril na Netflix. Confira o trailer abaixo.

Sobre o autor
Yuri Moraes

Yuri Moraes

Redação

Yuri Moraes é formado em Direito e Marketing Digital e atualmente cursa Produção Cultural. Morador do Rio de Janeiro, sempre foi um grande apaixonado por conteúdo audiovisual e o universo da cultura pop. Um cinéfilo declarado, um seriador nato. Formado em teatro, descobriu sua paixão pela escrita e desde então vem estudando e se capacitando como escritor. Redator do Mix de Séries desde 2016, se desenvolveu como profissional da área e já colaborou com diversos textos em formato de críticas, reviews semanais e notícias. Através de seus textos busca sempre apresentar uma análise pessoal, técnica e sincera das produções que assiste, sem deixar o bom humor de lado. Sempre atualizado nos assuntos do momento, faz cobertura de diversos eventos representando o site. Outra paixão que caminha lado a lado é produção de eventos. Colecionando em seu currículo experiências em grandes eventos, possui verdadeira paixão em fazer parte do processo de construção e execução de eventos culturais. Com isso, equilibra seu trabalho de departamento pessoal com o ofício de escritor e produtor cultural.