23×03 de Law & Order: SVU mostra série afiada
Com Law & Order: SVU responsável pelo início do primeiro crossover com Organized Crime, a série acerta em todos os sentidos mais uma vez.
Depois de uma (desnecessária) Season Premiere de duas horas de duração, Law & Order: SVU manteve a temática neste terceiro episódio. E há o que celebrar nessa decisão. Há uma maturidade incrível no roteiro ao entender, finalmente, sua importância em tratar de certas questões. Encara-las de frente. Não me refiro aos problemas da polícia.
A situação ainda não mudou nos Estados Unidos por causa da ineficiência e cinismo dos republicanos em Washington, não por falta de debate. Sendo assim, entende-se que a proposta aqui é de atacar a mãe de todos os problemas: desigualdade.
Em I Thought You Were on My Side, o departamento de vítimas especiais precisa lidar com um potencial estuprador em série. O caso começa quando uma moça, com sinais de violência sexual, dá entrada no hospital. Olivia (Mariska Hargitay) é chamada e a apuração começa a partir daí. A unidade aparece num clube noturno comandado por Gabe Navarro (Rhys Coiro), um homem extremamente arrogante que, apesar das diversas passagens pela polícia, nunca foi punido. A razão? Você já sabe. Ter costas quentes com gente importante.
Uma boa dose de revolta é sempre bom
A partir do momento que o roteiro informa o telespectador que, apesar da fica corrida do suspeito, ele nunca foi preso, temos uma boa rodada de revolta. Não qualquer revolta. Aquele instigante, que nos tira do sério.
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É chocante perceber que o sistema, apesar de tudo o que o mundo passou e vem passando, continua manipulado e abusado pelo 1%. O episódio desta semana decide, portanto, analisar que a própria força policial é responsável pela manutenção da sensação de segurança.
Contudo, é importante lembrar que o roteiro evita clichês, moralismos ou generalização. O que é um alívio quando falamos de um produto de massa na TV aberta. O roteiro é corajoso ao tratar a questão com a importância que merece. Nós conhecemos a Capitã Benson por quase um quarto de século. Sabemos do seu trabalho, assim como das suas lutas e dos seus desafios. Ela é incessante na busca pela verdade e por justiça. Sendo assim, fica palpável a frustração com a conclusão do caso. Não só em cena, mas quem assiste.
Law & Order: SVU ainda precisa melhorar
Apesar dos acertos no lado criativo, a série demonstrou alguns problemas estranhamente recorrentes no lado técnico. Primeiro: os atores incumbidos das participações especiais são péssimos. Além disso, inexpressivos, sem nenhuma vitalidade ou força. Rhys Coiro, para minha surpresa, não é novo na indústria. Mesmo assim, está incrivelmente ruim e pouco convincente como estuprador em série. Sabemos que essas pontas servem para revelar grandes atores. Por isso. Assim.
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Contudo estamos numa série com performances vencedoras de Emmy. Tais como Cynthia Nixon, assim como Carol Burnett e Robin Williams, esse desprezo é inaceitável. É preciso, portanto, de diretores mais atuantes no processo de escalação. Mariska salva, muitas vezes, as sequências do completo ridículo. Vejam o momento que a atriz que interpreta uma das vítimas liga para o suposto estuprador. Você sentiu algo ali? Dor? Empatia? Este que vos escreve, particularmente, achou graça do quão ruim aquilo foi.
Sendo assim, é preciso estar atento a problemas que podem ser fatais. Por pouco esses atores inexpressivos não colocaram em risco a qualidade que o roteiro entregou. Law & Order: SVU está começando essa 23ª temporada muito bem, ainda mais depois da chateação que foi o ano anterior. Que continue assim, viu?
Nota: 4/5