Crítica: Love 101, série turca da Netflix, chama atenção com vibe “anos 1980”

Crítica da primeira temporada de Love 101, série turca original da Netflix. Primeira temporada, de oito episódios, já está disponível.

Critica Love 101
Imagem: Divulgação.

Love 101, surpreendentemente, foi um acerto

A Netflix lançou nesta sexta (24) sua terceira produção original da Turquia, Love 101 – ou, Aşk 101. E partindo do suposto de que suas antecessoras, The Protector e The Gift, se tornaram extremamente populares no catálogo, já era de se esperar que isso pudesse acontecer com a novata.

No entanto, o que eu não esperava é que a produção realmente valesse a pena.

Embora ela tenha apelo, a série descarta a utilização de elementos sobrenaturais como as citadas acima. Aqui, adolescentes se tornam o centro da ação, embora enfrentem dilemas que podem atingir a vida de todos.

Menos Elite, mais Clube dos Cinco

Antes de assistir a série, ouvi muito de que ela teria um estilo “Elite” em sua trama. No entanto, em nada elas se parecem. Aliás, ao criar o título dessa matéria, não poderia pensar em uma vibe mais “anos 1980” para a série, que se inspira claramente em clássicos como Clube dos Cinco e Gatinhas Gatões para contar sua história.

Ambientada na sua maior parte em 1998, Love 101 conta a história de cinco adolescentes – quatro delinquentes e uma exemplar. Os quatro desajustados são Kerem (Kubilay Aka), Eda (Alina Boz), Osman (Selahattin Paşalı) e Sinan (Mert Yazıcıoğlu). De famílias diferentes, eles não eram amigos antes de serem quase expulsos da escola onde estudam.

Os quatro são sempre julgados pelo conselho de professores e, desta vez, eles não foram expulsos graças a uma professora: Burcu. A moça acha que eles merecem uma chance, e podem tirar alguma lição para a vida na escola. Só que um problema aparece quando a professora está para ser transferida e, assim, sem o seu voto, o diretor conseguirá uma unanimidade do conselho para realizar a expulsão.

Quando os alunos descobrem isso, eles se unem a Isik (İpek Filiz Yazıcı), que é uma romântica e topa juntar a professora Burcu com Kemal (Kaan Urgancıoğlu), o novo treinador de basquete. Para eles, a única forma da professora cancelar a transferência é se apaixonar pelo professor.

Aprofundando os personagens

Justamente por utilizar filmes dos anos 1980 de John Hughes como referência, Love 101 se dá o trabalho de aprofundar muitas questões internas dos personagens – que se espelham em muitos sentimentos comuns aos adolescentes. Assim, a trama não trata o adolescente somente como adolescente, mas em primeiro lugar como ser humano.

Através dos episódios, descobrimos que Isik vem de uma família rigorosa que espera que ela se comporte de uma certa maneira, e Kerem também; no entanto, no caso dele, o pai é verbalmente abusivo.

Depois, há Sinan, cujos pais o abandonaram para viver com suas novas famílias. Ele mora com seu avô quase inconsciente na casa em ruínas, enquanto seu pai aparece de vez em quando para tirar pinturas ou copos para sua nova casa. Já a família de Eda espera que ela seja bonita e use isso para se casar com uma boa família – e ela tem medo de dizer que quer ser uma designer gráfica. Enquanto isso, Osman é um traficante direto. O homem vende de tudo, de ingressos a comida, e conhece as melhores maneiras de ganhar dinheiro.

Todos os aspectos são extremamente bem trabalhados fazendo com que o espectador se identifique com os personagens prontamente. E mesmo que o texto possa soar bobinho ou inocente, algo te prende atenção a ponto de dar o play no episódio seguinte imediatamente.

Série vale a maratona

Além disso, há um elemento importante na narrativa: a série tem a ação grande parte em 1998, mas há cenas no futuro – ou, no nosso presente – em que vemos o que aconteceu com cada um deles. Essa parte serve como um contraponto a fala do diretor, que não cansa de dizer que eles serão um “ninguém” na vida, a ponto de pensarmos que ele não tem mais nada para fazer a não ser odiar os alunos.

Mas há um mistério. Algo aconteceu que atrapalhou a amizade deles e eles se separaram. Mas o público não descobre logo de cara. Igualmente, vamos entendendo que alguns deles se desviaram na vida, mesmo que tenham tido boas intenções.

De qualquer forma, os oito episódios da série passam voando – até porque, alguns tem apenas 30 minutos. Logo, fica um gostinho de quero mais que a gente deseja ter com toda série que começamos.

O único erro de Love 101 é não revelar tudo até o final – mas talvez seja essa uma estratégia para que o público fique viciado na trama, a ponto de pedir uma renovação para a série. Já adianto que estou aqui pedindo.

Todos os episódios de Love 101 estão disponíveis na Netflix.

Sobre o autor
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Anderson Narciso

Criador do Mix de Séries, atua hoje como redator e editor chefe do portal que está no ar desde 2014.Autor na internet desde 2011, passou pelos portais TeleSéries e Box de Séries.Fã de carteirinha de Friends, ER e One Tree Hill, é aficionado pelo mundo dos seriados. Também é fã de procedurais, sabendo tudo sobre o universo das séries Chicago, Grey's Anatomy, entre outras.

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