Crítica: Lucifer fez uma excelente 5ª temporada Parte 1
Primeira parte de Lucifer trouxe irmão gêmeo, episódios temáticos e o mesmo humor de sempre. Confira crítica sem spoilers.
Uma temporada feita para fã
Desta vez, acabei conferindo Lucifer exatamente como um fã. Sem qualquer material enviado previamente pela Netflix, precisei acordar de madrugada para começar a assistir aos novos episódios da série. E, honestamente, não vejo problema algum nisso. Aliás, me lembra muito bem sobre o por que criei o Mix de Séries, e por que é necessário vivenciar o ritual de um fã. A título de comparação, alguns sites que receberam os episódios previamente, não entenderam a emoção de assistir a um novo episódio da série, e saíram detonando a nova temporada.
Eu, fã, que assisti os episódios junto com vocês, estou aqui para dizer: estes novos episódios estão, sim, muito bons!
Esperar esta quinta temporada não foi fácil. Passou-se mais de um ano, desde que Lucifer deixou a Terra, voltou para o Inferno, e ouviu um “eu te amo” tão esperado vindo de Chloe. A ansiedade estava grande, e os episódios acabaram atrasando, devido a pandemia. Mas a espera, sem dúvidas, valeu a pena.
Parte 1 foi feita para agraciar o espírito da série
Ao assistir esta primeira parte, precisamos lembrar que ela foi desenvolvida como a temporada final da série. Inicialmente, a quinta seria a última, e somente este ano que a dona Netflix voltou atrás e renovou a atração. Então, precisamos assistir a estes episódios com tal ótica.
Logo, continuamos com os “casos da semana” que a consagraram e fizeram de Lucifer ser uma série tão popular. Mas ao mesmo tempo, avançamos nas histórias pessoais dos personagens, com a inserção de novos elementos ousados que não tínhamos visto até aqui.
O irmão gêmeo de Lucifer: Miguel
A inserção de Miguel foi uma ótima adição à trama. E acredito que ter entregado isso no trailer foi um fator fundamental para que o público já chegasse nos novos episódios esperando essa história. Mas nós só entendemos isso, de fato, ao final do primeiro episódio – que foi bem legal, aliás.
A temporada começa um tempo depois que Lucifer foi embora. Para os personagens na Terra passaram-se apenas alguns meses. Mas para Lucifer, milhares de anos. No Inferno, o Diabo acaba resolvendo um caso de assassinato, exatamente da mesma forma que trabalhava com Chloe. E o legal, é que tanto a detetive quanto Lucifer trabalhavam na mesma investigação; só que ela na Terra, e ele no Inferno.
Essa saída de Lucifer de cena foi bem interessante para vermos uma parceria de Chloe e Maze, que convenhamos tem uma ótima química juntas. Gostaria de ver mais disso explorado, porque infelizmente acabou ficando apenas no primeiro episódio.
E quando achamos que Lucifer iria retornar, eis que Miguel entra em cena. O segundo episódio, assim, serve para inserir o personagem na vida de todos, se passando pelo Diabo – embora Chloe logo de cara perceba que não se trata de seu amado. O embate entre os dois acontece rapidamente no terceiro episódio, e a trama com ele só retorna apenas no final desta parte.
Confesso que senti falta de um aprofundamento do personagem – algo que poderia acontecer na segunda parte. Não é explicado, por exemplo, da rixa que Lucifer e Miguel tiveram na Silver City, e de todo o embate que eles carregam desde o princípio dos tempos. Acho que, sem dúvidas, isso agregaria ainda mais à trama do personagem, além do “Eu vou tomar a vida de Lucifer“. Mas ainda assim, é muito bom ver Tom Ellis se dividindo na atuação dos dois personagens. Ele foi incrível e realmente parecem duas pessoas diferentes.
Episódios que aquecem o coração
Mas se tem algo que não posso reclamar nesta temporada, são os episódios que aquecem o coração. Aqueles que, de alguma forma, me fez lembrar o porque me tornei fã da série.
O terceiro, por exemplo, é um deleite: Lucifer e Chloe vão investigar um assassinato dentro dos estúdios da Warner Bros., em uma série que conta exatamente a vinda do Diabo para Terra, investigando assassinatos ao lado de uma detetive… que era uma prostituta. Como não amar estas referências?
Ou o quarto episódio que em nada acrescenta na trama principal, mas que faz uma excelente homenagem aos filmes noir da década de 1940 e 1950. E, além disso, contribuiu e muito para o aprofundamento da história de Maze, onde conhecemos sua mãe, levando-a para uma história no presente em que elas se reencontram. Achei muito legal eles dedicarem um tempo para ela, que é tão fundamental para que a trama da série funcione.
Coadjuvantes continuam ótimos
Outro trunfo de Lucifer continua sendo seus coadjuvantes. Linda, mesmo aparecendo pouco, tem uma ótima história com o bebê Charlie; Amenadiel quando não está tomando conta da Lux, está bancando o detetive em um dos melhores – e mais engraçados – episódios da primeira parte…
E o que dizermos de Ella, que continua sendo uma incrível personagem? Suas referências, piadas e personalidade são fundamentais para gostarmos cada vez mais de sua presença em tela. Aliás, já deixou aqui uma sugestão: queremos uma série derivada só com ela!
O único que está meio apagado é Dan, que nem nos casos está tendo relevância. Seria esse um sinal de que seu personagem poderá partir dessa para melhor? Não sabemos! Mas confesso que ficaria triste em vê-lo morrer. Aliás, até Trixie teve um destaque na trama do episódio Noir, mas gostaria de vê-la mais conectada com o pai, algo que não é mostrado em tela.
Os caminhos para a parte 2
Acredito que a parte 2 irá aprofundar a trama com Miguel, além de trazer em cena um dos personagens mais aguardados da temporada: Deus. Essa trama é mostrada rapidamente no último episódio dessa parte, e acredito que foi uma decisão acertada deixar os fãs com essa expectativa. Uma pena que, assim, a trama de Miguel para essa leva perde um pouco do impacto.
A série ainda não conseguiu gravar os dois últimos episódios desta parte, e ainda não há um previsão para isso. Meu palpite, assim, é que iremos conferir a nova leva apenas no ano que vem (ou, no finzinho de dezembro). Mesmo assim, eu estou na expectativa.
Achei essa temporada muito válida, muito nostálgica para os primeiros anos e completamente confortante para os fãs. E as críticas que estão falando mal, certamente, não entenderam a essência da série, ou simplesmente estão assistindo os episódios por assistir. Aliás, essa leva de episódios só mostrou a decisão acertada da Netflix de confirmar um sexto ano. Afinal, nunca será demais ver alguns closes na bunda de Tom Ellis.
E você, o que achou desta primeira parte? Deixe nos comentários e, igualmente, continue acompanhando todas as novidades do mundo das séries aqui no Mix de Séries.