Crítica: Volta de Connie Britton agitou o final da 3ª temporada de 9-1-1

Crítica da season finale de 9-1-1, série criada por Ryan Murphy, Brad Falchuck e Tim Minear, exibida nos Estados Unidos pelo canal Fox.

Critica 9-1-1 final 3 temporada
Imagem: Divulgação

Entre erros e acertos, episódios finais de 9-1-1 remexeram todos os personagens do seriado

A terceira temporada de 9-1-1 enfrentou diversos desafios ao longo de sua jornada. Ao balancear os prós e contras, por exemplo, é possível constatar que o ano fecha de maneira bem equilibrada. E, ainda que tenha tido suas diversas inconsistências no caminho, grande parte dos personagens encontrou seu lugar, o que é um mérito bastante expressivo para um formato que tem, em seu DNA, a exploração das aleatoriedades.

A season finale abriu sua narrativa com promessas deixadas no episódio anterior e o plot, apesar de direto, garantiu boas doses de tensão e organizou seu texto de maneira bastante efetiva. Quando Athena, com toda sua engrenagem sociopolítica e representativa, se colocou à frente de um caso complexo, em que um homem abusava e estuprava mulheres de uma vizinhança, o roteiro não economizou em peso dramático.

Em uma sequência difícil de assistir, na qual a sargento, sozinha, lida com o criminoso, a mensagem se abstém de rodeios: os traumas gerados, a partir dali, serão difíceis de digerir. Ao mesmo tempo, a série endossa seu discurso ideológico mais uma vez, porque a força de Athena emana a todo instante, ao passo em que a sua persona se torna cada vez mais interessante e importante.

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Michael, Hen e as novas possibilidades 

Quem também adquire mais camadas e, nesse sentido, pode ganhar um destino mais interessante, é o Michael. Enquanto lida com o tumor no cérebro, o personagem move peças bastante interessantes ao seu entorno, uma vez que essa plot explora, de maneira bastante delicada, a sua relação com a família e com Bobby.

Ao acenar para o futuro de maneira otimista, as notícias sobre a evolução de seu câncer são satisfatórias e o arquiteto não deve encontrar, por agora, o adeus. Deste modo, sobra espaço para novos amores. Que o romance com o médico tenha um desenvolvimento interessante.

Do outro lado, Hen também constrói novos horizontes. Conforme a série dava pistas previamente, a bombeira, realmente, decidiu virar média. Essa nova possibilidade, portanto, vai deixar algumas lacunas abertas para que outros ambientes, lugares e personagens sejam explorados. Afinal, quem deve substituí-la na estação 118? Como será sua jornada em graduação, no hospital? Será mesmo que isso vai se concretizar?

Abby, Buck e o fechamento de um ciclo?

Anunciado o seu retorno, Abby voltou ao seriado cercada de expectativas. Isso porque o seu romance com Buck foi um núcleo muito bem construido – e foi interrompido de maneira abrupta pela saída de Connie Britton do seriado. Deste modo, seu retorno poderia significar duas coisas: a sua inclusão no time de protagonistas, ou a sua saída definitiva. Ao que foi indicado pelo episódio, seu destino parece ser a segunda opção.

O esperado encontro dos dois personagens aconteceu de forma bastante inusitada, mas nada melhor que fosse feito durante uma emergência porque isso já faz parte da personalidade do seriado. Buck descobre, após o descarrilamento de um trem, que Abby está noiva e que, pasmem, o seu noivo é uma das vítimas prestes a morrer. Apesar de ter sido uma decisão ousada e interessante, a proposta pecou na execução. No fim, toda a tensão construída teve uma conclusão bastante anticlimática, porque a sobrevivência do homem aconteceu mesmo diante das improbabilidades constatadas.

E mais anticlimático, ainda, foi o diálogo “derradeiro” do bombeiro e da ex-operadora do 9-1-1. No fim, para fechar um ciclo e para que Buck, finalmente pudesse seguir em seus próximos passos, Abby fornece somente uma explicação sem profundidade que é usada como desculpa para seu adeus. E, ainda que tudo isso pudesse ter sido mais elaborado, essa parece uma decisão feliz para presença do personagem na série.

Ao fim, a season finale deixa uma sensação positiva. Com tramas e subtramas bem demarcadas, o futuro de 9-1-1 pelo menos deixa pistas sobre aonde quer ir. Embora finalize a sua temporada com dois episódios medianos,  o gosto do entretenimento que a série propõe ainda é mais forte.

Notas: 

1: O plot do Josh se arrastou de maneira desnecessária.

2: Buck, Bobby e Eddie conversando, ao lado das vítimas, como se elas não estivessem ouvindo, foi o cúmulo.

3: Gravidez de Maddie e Chim pode ser uma decisão arriscada para futuras tramas desinteressantes.

4: May: futura enfermeira, ou futura operadora do 9-1-1?

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Até a próxima!

Sobre o autor

Bernardo Vieira

Redação

Bernardo Vieira é um jornalista que reside em São José, Santa Catarina. Bacharel em direito pela Universidade do Sul de Santa Catarina, jornalista e empreendedor digital, é redator no Mix de Séries desde janeiro de 2016. Responsável por cobrir matérias de audiência e spoilers, ele também cuida da editoria de premiações e participa da pauta de notícias diariamente, onde atualiza os leitores do portal com as mais recentes informações sobre o mundo das séries. Ao longo dos anos, se especializou em cobertura de televisão, cinema, celebridades e influenciadores digitais. Destaques para o trabalho na cobertura da temporada de prêmios, apresentação de Upfronts, notícias do momento, assim como na produção de análises sobre bilheteria e audiência, seja dos Estados Unidos ou no Brasil. No Mix de Séries, além disso, é crítico dos mais recentes lançamentos de diversos streamings. Além de redator no Mix de Séries, é fundador de agência de comunicação digital, a Vieira Comunicação, cuido da carreira de diversos criadores de conteúdo e influenciadores digitais. Trabalha com assessoria de imprensa, geração de lead, gerenciamento de crise, gestão de carreira e gestão de redes sociais.