Detalhe em Westworld esconde grande mensagem da série

Westworld tem um curioso detalhe que revela muito sobre a história e seus personagens. Você pode não acreditar, mas moscas estão envolvidas.

Westworld

Westworld é conhecida por oferecer várias metáforas desafiadoras e detalhes sutis. Seja o labirinto no parque ou a ambiguidade que gira em torno do Sublime, vários elementos ou aspectos que aparecem no show têm um significado que não é evidente na superfície. Um desses elementos é a mosca ou grupo de moscas. Desde o primeiro episódio da série até a quarta temporada, por exemplo, as moscas são presença constante no universo da série. Mas o que exatamente eles representam? Elas aparecem apenas para perturbar os espectadores ou para melhorar a narrativa do programa? Vamos compartilhar, então, nossos pensamentos! Mas atenção aos SPOILERS.

Qual é o significado das moscas?

Na primeira temporada, as moscas estão sempre presentes no Westworld. Programados para não ferir os seres vivos, os anfitriões não podem matar uma mosca sequer. Assim, no momento em que os anfitriões ferissem uma mosca, os humanos responsáveis pelo parque saberiam que os seres artificiais estariam saindo da programação. Eles estariam, então, saindo de sua existência de marionetes e estariam sentindo e escolhendo o rumo de suas existências. Os chefes criativos do Westworld, incluindo o Dr. Robert Ford, sabem que tal percepção resultará em caos.

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As moscas, sempre presentes, foram introduzidas no Westworld para mostrar se algum hospedeiro está agindo além de suas instruções. As moscas são programadas para perturbar os Anfitriões voando ou pousando neles. Se um anfitrião estiver seguindo suas instruções, não prejudicará uma mosca, pois ela é um ser vivo. Se eles acabam prejudicando uma mosca, entretanto, isso significa que o anfitrião está crescendo além ou saindo das regras programadas, progredindo gradualmente para atingir a realização mencionada. Dolores Abernathy, por exemplo, é uma das principais anfitriãs que alcançam a realização, inicia sua jornada de independência matando uma mosca que pousa sobre ela.

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Em Westworld, moscas possuem forte simbolismo

Na quarta temporada, o mundo muda. Westworld caiu. Os hospedeiros estão fora dos parques e começam a existir entre os humanos. A versão Dolores/host de Charlotte Hale cria um exército Host, que inclui a versão host de William, que se torna seu general mais poderoso. Hale e o anfitrião William usam um grande número de moscas como sua nova arma. No episódio de estreia da 4ª temporada, William usa um grande número de moscas para atacar um industrial. O indivíduo, após o ataque da mosca, mata seu chefe, transfere uma planta industrial para William e se mata, mostrando a potência das moscas.

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Hale usar moscas como sua arma preferida não pode ser uma escolha aleatória. As moscas são parte integrante da libertação dos Anfitriões dos humanos. No Westworld, as moscas representam a subserviência dos Anfitriões aos humanos e suas instruções. Mesmo quando as moscas perturbam os Anfitriões, como as intenções dos humanos, elas não são capazes de retaliar. No entanto, eles acabam conseguindo se libertar das garras dos humanos e o primeiro passo para fazer o mesmo é matar as moscas, indicando o fim da escravidão das Hostes.

Enquanto Hale trava uma guerra contra os humanos, ela quer que as mesmas moscas se voltem contra os humanos para lembrá-los das ações que fizeram com os Anfitriões. As moscas de Hale representam seu poder e supremacia sobre a humanidade. Ela quer que os humanos, que uma vez se sentiram seguros ao ver as moscas perturbando os anfitriões impotentes, sofram com as mesmas moscas. A mudança na representação das moscas, de agentes de segurança para portadores do caos, também mostra como os Anfitriões passaram de marionetes a seres poderosos do mundo.

Sobre o autor

Matheus Pereira

Coordenação editorial

Matheus Pereira é Jornalista e mora em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Depois de quase seguir carreira na Arquitetura, enveredou para o campo da Comunicação, pelo qual sempre nutriu grande paixão. Escritor assíduo na época dos blogs, Matheus desenvolveu seus textos e conhecimentos em Cinema e TV numa experiência que já soma quase 15 anos. Destes, quase dez são dedicados ao Mix de Séries. No Mix, onde é redator desde 2014, já escreveu inúmeras resenhas, notícias, criou e desenvolveu colunas e aperfeiçoou seus conhecimentos televisivos. Sempre versando pelo senso crítico e pela riqueza da informação, já cobriu eventos, acompanha premiações, as notícias mais quentes e joga luz em nomes e produções que muitas vezes estão fora dos grandes holofotes. Além disso, trabalha há mais de dez anos no campo da comunicação e marketing educacional, sendo assessor de imprensa e publicidade em grandes escolas e instituições de ensino. Assim, se divide entre dois pilares que representam a sua carreira: de um lado, a educação; de outro, as séries de TV e o Cinema.