Gavião Arqueiro fecha ano como a melhor série da Marvel | Crítica
Gavião Arqueiro encerrou ano da Marvel de forma agradável e sentimento, entregando aos fãs a série que eles queriam assistir.
Quando Gavião Arqueiro estreou sua curta temporada, trouxe consigo uma missão difícil: entusiasmar o público com Clint Barton. O personagem, há anos conhecido do público, sempre se escondeu no papel de coadjuvante e recebeu pouco ou quase nenhum destaque em todos os anos que esteve no Unvierso Marvel. Com auxílio de Kate Bishop, de longe a melhor adição ao MCU em 2021, Clint pode terminar o ano feliz e com a sensação de ter mostrado ao que veio: conseguiu a proeza de ter a melhor série do MCU no Disney+.
É assim que uma série funciona
Inicialmente, Gavião Arqueiro parecia ir no mesmo caminho de Loki, outra produção da Marvel Studios. Isso é, parecer mais um filme dividido em algumas partes do que uma série propriamente dita. Surpreendendo, a série de Clint Barton conseguiu aplicar em seus seis curtos episódios uma atmosfera muito parecida com a dinâmica dos seriados que estamos acostumados à assistir. Ou seja, o bom uso de ganchos e situações episódicas são muito presentes aqui.
Leia também: Gavião Arqueiro, final explicado: o que acontece e resumo
O protagonismo aqui também foi uma questão. Kate Bishop claramente veio como um tapa buraco para as falhas de carisma que o personagem título possa ter. Porém, o carinho da personagem pelo seu ídolo de infância e a verdadeira amizade que os dois costroem ao longo dos episódios só reforça o sentimento positivo do público pelo conhecido Gavião e agora também para sua nova parceira – aqui, muito bem servida do infinito carisma de Hailee Steinfeld.
Pessoas ao longo do caminho
Um dos pontos fortes de Gavião Arqueiro foi a capacidade de trazer personagens do Universo Marvel, principalmente sendo essas aparições surpresas. Além de participações, a narrativa serviu como introdução definitiva de certas figuras ao grande MCU e certamente serão vistas no futuro. Dessa forma, se livrou da principal armadilha que uma série como essa poderia cair. Por fazer parte de um universo maior, sempre há expectativa do público de que o produto em questão toque em várias partes da grande franquia e tenha uma importância no mundo estabelecido.
Leia também: Gavião Arqueiro tem começo agitado e coerente
Ao trazer Yelena (Florence Pugh), por exemplo, a série pode ter sido essencial para preencher o espaço deixado por Natasha Romanoff no mundo Marvel. A atriz, que foi a grande surpresa da temporada, parece à vontade no papel e tem uma química instantânea com o resto do elenco. Em suas cenas com Kate Bishop, há verdadeiro brilho em cena e uma boa vontade gigante em interpretar o texto apresentado.
O núcleo de vilania se estabelece bem desde o começo como o bom e velho mundo do crime da Nova Iorque da Marvel. Algo visto apenas nas séries do MCU na Netflix – Demolidor, Jessica Jones e afins – , finalmente faz sua estreia de fato nos produtos produzidos pela Marvel. Trazendo um vilão antigo e muito querido do público de volta, Gavião Arqueiro explora o universo mais urbano que não é muito visto no meio de tantas invasões alienígenas e multiversos em colapso em outros conteúdos da Marvel. Por isso, a sensação de maior proximidade com a realidade é forte nos episódios.
É bom mas pode melhorar
Um dos pontos altos de Gavião Arqueiro é o roteiro. O texto da série de cara entende a premissa e o gênero em que pretende se desenvolver. O tom mais leve, casando com a proposta natalina, permeia os seis episódios. Contudo, nada disso elimina a seriedade da ação constante e não esquece de fazer inúmeras conexões com o universo de outros heróis e produtos da franquia. Infelizmente, a direção por vezes não consegue acompanhar o ritmo estabelecido.
A impressão passada é que a equipe de roteiro e direção está muito conectada na hora de fazer as passagens comuns, diálogos, piadas e afins. No momento de ação, as chances para momentos épicos que são esperados em filmes e seriados de heróis são perdidas. A ação, muito ágil, consegue cativar mas, por vezes, deixa a sensação que a câmera aponta para o lugar errado no momento errado.
Fechando bem o ano
Num ano tão importante em termos de lançamentos da Marvel, Gavião Arqueiro fecha bem o ciclo e se consagra a mais divertida das séries do ano da produtora. Entendendo bem sua proposta, o seriado diverte enquanto mantém o público interessado na trama – que não demora mais do que poderia, se tratando de uma aventura mais limitada. Noances dos protagonistas poderiam ser melhor exploradas e a série não seria prejudicada por dois ou três episódios a mais. Todavia, no fim, o sentimento é de que a história aproveitou todas as oportunidades que lhe foram dadas.
Diferente das outras produções do MCU no Disney+, portanto, Gavião Arqueiro tenta manter o pé no chão e sabe, desde o primeiro episódio, a história que quer contar. Sem grandes reviravoltas, a série termina o ano abrindo todo tipo de possibilidades para os seus personagens – heróis e vilões, claro. Talvez seja ela a mais fiel à estrutura televisa que o público tanto ama: independente de suas limitações, facilmente daria para assistir várias temporadas das aventuras de Clint Barton e sua nova fiel escudeira, Kate Bishop. Assim, a série pode aproveitar o natal tranquila com a sensação de realizado muito bem sua função.
Nota: 4.5/5
Boas festas!