Crítica: 21ª temporada de Law & Order é mais madura e ágil
Será que, depois de mais de dez anos, ainda vale a pena parar e assistir Law & Order? A gente assistiu e te conta.
Adaptar-se aos novos tempos não é uma tarefa fácil. Muito pelo contrário. Exige muita dedicação, perseverança e objetividade. Sendo assim, o retorno de Law & Order é uma oportunidade para que Dick Wolf mostre que a decisão da NBC é muito mais do que uma necessidade por um bom drama, mas também para corrigir erros do passado. A partir dos dez episódios apresentados nesta vigésima primeira temporada, acredito que, felizmente, há mais acertos do que erros. Fica comigo para analisarmos juntos?
Logo na Season Premiere, curiosamente intitulada de “The Right Thing“, temos o roteiro disposto a reconsiderar “fazer a coisa certa”, ao invés da busca cega por justiça. Mostra-se que os tempos são outros. Seja daquilo que não é mais aceitável, assim como a forma na qual a sociedade espera que a polícia e a justiça se comporte. É bem verdade que Jeffrey Donovan e Anthony Anderson não têm o mínimo de química como uma boa dupla, mas isso se mostra um problema menor diante das qualidades.
As qualidades de Law & Order
Uma das principais qualidades desta vigésima primeira temporada de Law & Order é a disposição em não se desviar de temas e casos complexos. O que outrora seriam questões problemáticas, desta vez ganham contornos diferentes. Destaco dois episódios que, ao ver deste que vos escreve, são os melhores deste ano. O primeiro é “Free Speech“, que como o nome sugere, propõe a debater os limites da liberdade de expressão. O tema nos Estados Unidos, lembro, é ainda mais espinhoso do que no Brasil.
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Sendo assim, o roteiro mostra toda sua maturidade em olhar para ambos os lados com objetividade, sem paixões e com certa imparcialidade. É um episódio duro de assistir. É inegável. Contudo, com ajuda das performances irretocáveis de Hugh Dancy e, principalmente, de Dylan Baker, o resultado final não é apenas aproveitável do ponto de vista do entretenimento, como também por convidar o telespectador a uma necessária reflexão.
Outro grande destaque desse ano de retorno é a Season Finale, ou aquele intitulado de Black and Blue. Não me atentarei a detalhes para não dar spoiler, mas adianto que a conclusão é um daqueles momentos de ‘tudo levou a isto’. Fomos preparados durante nove episódios para um final de temporada grandioso, mas ao mesmo tempo sóbrio e cheio de reflexões importantes. É importante assistir e tirar suas próprias conclusões.
Correções necessárias
Acredito que há dois grandes problemas que a série precisa resolver para que sua 22ª temporada de Law & Orderr tenha qualidade e seja uma boa continuidade. O primeiro deles, que já se encaminha para solução é a química, ou melhor, a falta dela entre os detetives Kevin Bernard (Anthony Anderson) e Frank Cosgrove (Jeffrey Donovan).
Entendo que pessoas tão diferentes rende uma tirada cômica aqui e ali. Mas não é proveitoso. Na verdade, boa parte dos momentos que a dupla foi foco o resultado foi constrangedor e nada engraçadinho.
A boa, contudo, é que para o próximo ano teremos um novo detetive, interpretado pelo ator Mehcad Brooks, e que dará um novo recomeço para dupla.
Por fim, acredito que essa troca proporcionará uma oportunidade para que o roteiro saiba como melhor integrar a parte investigativa da jurídica. É preciso que ambos tenham mais harmonia e não sejam núcleos avulsos. Antes do hiato de quase doze anos, é importante lembrar, Law & Order sabia promover essa integração.