Marielle: Globoplay lança documentário em série sobre vereadora
Globoplay lança documentário em formato de série para contar história do assassinato da vereadora Marielle Franco. Confira.
Marielle, presente no Globoplay
Ocorreu no dia 06 de março no Projac, o lançamento e a coletiva de imprensa de Marielle – O documentário. A série documental que estreia no Globoplay no dia 13 de março. Erick Brêtas, diretor do streaming apresentou o evento e contou detalhes sobre a projeto junto com os produtores Caio Cavechini, Ricardo Villela e Eliane Scardovelli.
O Globoplay vem crescendo exponencialmente e possui alguns documentários licenciados, mas a necessidade de produzir algo original era grande. A série dá início ao seguimento de série documental do jornalismo da Globo com o Globoplay. O projeto nasceu do apelo que o caso MARIELLE tem no Brasil e no mundo e do inconformismo diante de tamanha violência.
A série documental joga luz numa história marcante, impactante e brutal. Foram necessários 5 meses para estruturar e organizar todo o material. A série em nenhum momento se propõe a ter caráter investigativo, a fazer papel de polícia. No entanto, a produção mergulha na investigação que ainda está em andamento e no inquérito policial. Ao longo dos episódios, a série apresenta todas as linhas de investigação do caso. Já a cronologia da série é segmentada em duas, a vida de Marielle e o dia de seu atentado até os dias atuais.
Documentário é um alerta sobre violência e impunidade
Durante o evento, foi apresentado a imprensa o primeiro episódio da série. O trabalho de direção é competente em equilibrar o peso do drama que a história carrega, com a leveza da realidade familiar de Marielle. Cenas de bailes, festa de debutante, e depoimentos de amigos e familiares, policiais e jornalistas são apresentados na série.
Sua ambientação não é nada sensacionalista, a montagem é tão orgânica que o trabalho chega a ser quase imersivo. Ainda que ninguém tenha acompanhando o caso pelos jornais, a série documental permite o público conhecer e ter empatia com a pessoa Marielle, que mesmo ausente se faz presente.
Unindo imagens do jornalismo da Globo com material inédito, o documentário utiliza mensagem de áudio e texto de WhatsApp como recurso narrativo para contar a história. A partir do segundo episódio começa a repercussão do caso, a investigação e o surgimento das fake news.
“É questão de sobrevivência lutar pelos direitos humanos”
Fernanda Chaves, ex-assessora de Marielle, é também sobrevivente ao atentado. Durante algum tempo não mostrava o rosto, mas hoje já é conhecida pela mídia. Ela participa da produção e apresenta relatos chocantes e emocionados sobre o dia do atentado, comenta sobre a amizade com a vereadora e o motorista e sobre seu exílio. Ela não mora mais no Brasil e seu paradeiro é desconhecido.
Outra história que ganha voz é sobre a família de Anderson Pedro Gomes, motorista de Marielle também assassinado. Desde o descobrimento do gravidez de sua esposa até o fatídico dia 14 de março de 2018. A esposa de Marielle também participa da série e encerra o primeiro episódio com um relato emocionado e doloroso.
Marielle – O documentário traz voz a história de alguém que foi calado de forma precoce e brutal. Assim, durante a coletiva os produtores expressaram tranquilidade diante de possíveis críticas. Bem como o compromisso maior e mais urgente em contar quem era a Marielle, e por que até hoje ninguém disse quem matou e quem mandou matar. Ainda que o caso não tenha um fechamento, a série consegue amarrar a trama e entregar um desfecho.
Segundo projeto sobre Marielle já está em desenvolvimento
Além disso, Erick Bretas – diretor do Globoplay – anunciou em primeira mão que além da série documental, a plataforma irá produzir uma série dramatúrgica, ainda sem nome, mostrando a vida e morte de Marielle. Sem previsão de lançamento, a série será escrita por Antônia Pelegrino e José Moura e terá direção de José Padilha. Inicialmente o projeto seria lançado por um Streaming internacional, mas a Globoplay passou a frente nas negociações.
Durante a coletiva, Antônia contou que era amiga de Marielle e foi uma das primeiras pessoas a chegar na cena do crime. Ela encara esse projeto como algo pessoal, uma história que merece ser contada. José Moura também fez um comentário bastante emocionado e se mostrou muito entusiasmado com o projeto. Padilha confidenciou que abriu mão de grandes produções em canais internacionais como FX e Showtime para se dedicar ao projeto. Com um histórico de produções que relatam a violência urbana, Padilha se mostrou sensibilizado com a história e disposto a fazer desse seu maior projeto.
Marielle – O documentário possui 6 episódios com variação de 45 minutos a 1h. No dia 12 de março o primeiro episódio será exigido na TV Globo depois do BBB20, e no dia 13 de março todos os episódios serão lançados no Globoplay. Além disso, o primeiro episódio ficar disponível para não assinantes na plataforma.