Exibição da série POSE no Brasil oferece uma reflexão inclusão até em suas legendas
Pose ganha exibição no Brasil com legendas inclusivas.
Legenda inclusiva é novidade em exibições de série no Brasil
Série do multifacetado showrunner Ryan Murhpy se destaca por oferecer experiência inclusiva nas legendas oferecidas ao público brasileiro.
POSE chega oficialmente ao Brasil neste fim de setembro e traz à tona a ascendência da cena trans na década de 1980 em Nova York. A série demonstra sensibilidade ao mergulhar em assuntos delicados: prostituição, AIDS, aceitação, abandono, além de todo o preconceito sofrido por quem viveu um estilo de vida diferente dos padrões.
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A produção se destaca ainda por apresentar um elenco formado, em sua maioria, por atores e atrizes transexuais. Esse fator inédito foi reforçado pelo recurso empregado na tradução que acompanha os oito episódios da primeira temporada: a legenda inclusiva. Dessa forma, todos os artigos que definem o gênero das pessoas em masculino ou feminino (“o” e “a”) foram removidos e deram lugar a “x”. Por exemplo, ao invés de “todos” ou “todas”, lemos “todxs”. De forma pioneira no Brasil, a legenda salienta o papel inclusivo da série, demonstrando um engajamento na reflexão sobre sexualidade e aceitação, excluindo os artigos que diferenciam os homens das mulheres e aproximando ainda mais o telespectador da vivência destes personagens.
Trama variada em uma época marcada por justaposições vigentes
“Pose” é centrado nas histórias de personagens bem diferenciadxs pelas suas personalidades e posições sociais, uma característica essencial da época, que respira atualidade. Stan e Patty Bowes são um casal de Nova Jersey, atraídxs pelo glamour e a intriga da cidade de Nova York, enquanto são amparadxs por Matt, o novo chefe de Stan na Trump Tower.
Por outro lado, logo após receber um diagnóstico médico devastador, Blanca renuncia à casa de sua mãe eletiva, Elektra, para criar sua própria casa, uma família auto-selecionada que apoia jovens LGBTQ rejeitadxs pelas suas famílias biológicas.
Junto com Angel, uma jovem prostituta trans porto-riquenha que desenvolve sentimentos pelo seu novo cliente Stan, e Damon, um aspirante a bailarino profissional que se une à nova casa de Blanca logo após ser banido do seu lar, xs três participam dos balls, competições nas quais membros de diferentes casas se desafiam em várias categorias e são julgadxs por seus trajes, suas atitudes e suas habilidades de dança.
Sob o olhar atento de Pray Tell, avô de todxs xs filhxs lendárixs dos balls, a Casa da Abundância de Elektra e a nova Casa de Evangelista de Blanca se enfrentam no que poderia se tornar uma rivalidade lendária.
Homenagem e reinvindicação social
Com o elenco transgênero mais amplo da história da televisão e o maior elenco LGBTQ já reunido em uma série, “Pose” é um novo marco nos conteúdos roteirizados.
A série destaca histórias que mergulham na revolução de gênero, na liberação sexual, na afirmação da identidade, na redesignação de sexo, na família que cada pessoa escolhe, na discriminação tanto externa como dentro dxs mesmxs membrxs da comunidade homossexual e no início das epidemias do HIV/Aids e do crack.
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Além disso, “Pose” reflete de forma autêntica as lutas da comunidade transexual, atacada, explorada, subestimada e constantemente esquecida, e permite refletir sobre a evolução ideológica e social da inclusão e, ao mesmo tempo, sobre as áreas onde ainda há pontos a serem conquistados.