Nova Gossip Girl apela para nostalgia, mas não se sustenta | Crítica

Critica da primeira parte da primeira temporada de Gossip Girl, continuação da série original de 2007. Uma produção original da HBO Max.

Critica Gossip Girl

Olá seguidores, Garota do Blog (?) na área, sua única fonte de verdade por trás das mentiras escandalosas da elite de Nova York… Nova década, nova introdução e a mesma voz provocativa. Gossip Girl está de volta e, mesmo com sua narração poderosa e afiada, não está em sua melhor forma. A nova série original da HBO Max, acima de tudo, é uma reinicialização, trazendo um novo grupo de personagens no mesmo universo da série original. 

Nove anos após Dan Humphrey se revelar como “a Garota do Blog” e fazer sua última publicação, surge uma nova fofoqueira. Ela está pronta para revelar os dramas, os segredos e expor as mentiras dos jovens ricos de Nova York. Agora, a rivalidade feminina fica entre duas meias-irmãs que foram criadas separadas em realidades diferentes (alô, One Tree Hill). Julien Calloway (Jordan Alexander) e Zoya Lott (Whitney Peak) compartilham apenas o mesmo sangue, mas são completamente diferentes. A chegada de Zoya movimenta a escola Constance Billard e abala a vida da digital influencer Julien.

A partir de Julien, o público é apresentado a seu grupo seleto de amigos que, apesar da intimidade e da amizade de berço, guardam muitos segredos uns dos outros. Ao mesmo tempo, os alunos sentem que sãos os donos da escola. Seja por suas contas milionárias, seja pelo seu status e influência, dentro e fora das redes sociais.

Neste cenário, a Garota do Blog (agora Instagram) surge para mexer com a cabeça dos jovens, usando o medo como meio para tomar o controle de volta.

Gossip Girl HBO Max
Imagem: Divulgação.

GG 2.0 se esforça para entregar um pouco de diversão ao público

O roteiro parece tentar recriar alguns personagens da antiga série, sendo possível às vezes encontrar traços de vários personagens em um único. Quem acompanhava Serena e seu grupo de amigos vai conseguir estabelecer paralelos facilmente. Max Wolfe é o novo Chuck Bass (Thomas Doherty), Zoya e Julien são as novas Serena e Blair, enquanto a primeira também carregue traços de Jenny e Dan Humphrey. Aki (Evan Mock) se aproxima mais de Nate e Audrey (Emily Alyn Lind) apresenta traços de Blair Waldorf.

No entanto, falta equilíbrio entre conflitos e manter a história em movimento de forma interessante. É até possível se divertir um pouco e desligar a mente, enquanto assiste os seis episódios da primeira parte da temporada. Porém, é uma tarefa difícil ter empatia pelos personagens e interesse por seus dramas. Os personagens são vulneráveis, imperfeitos e superficiais, mas não carregam o mesmo brilho dos personagens originais.

Imagem: Divulgação

A antiga Gossip Girl (Garota do Blog) relatava a vidas dos jovens ricos e seus exageros em tramas algumas vezes absurdas, mas isso tornava a série divertida e um verdadeiro guilty pleasure. Era um show sobre “white people problem“. E é válida a iniciativa de tirar sarro dos problemas de gente branca, mas aqui falta ousadia.

Porém, cabe ressaltar que a nova GG corrigiu um dos problemas da versão original, entregando um elenco racialmente diverso. Há a presença de personagens negros no protagonismo, pessoas queer e sexualidade fluida. No entanto, falha ao entregar um conteúdo instigante, do jeito que o público gosta. Pelo menos o roteiro consegue ser minimamente sarcástico ao tirar sarro de si mesmo em algumas situações. Ao mesmo tempo que entrega diálogos questionáveis.

Considerações finais sobre Gossip Girl

Easter eggs, referências, menções aos personagens icônicos, ambientes familiares, até um vislumbre do antigo blog da fofoqueira anônima garantem uma boa dose de fan service para empolgar os fãs. Igualmente, serve para lembrar o público o motivo de estar assistindo a nova produção. Gossip Girl foi a voz de uma geração, e a agora a missão da nova GG é ser voz da Geração Z, em um contexto mais atual.

Kristen Bell está de volta dando voz a fofoqueira anônima e garantindo narrações deliciosamente provocantes. A trilha sonora entrega tudo aquilo que os fãs poderiam esperar.

E, de forma surpreendente, a identidade da nova Gossip Girl (Garota do Blog) é revelada logo no primeiro episódio. Uma dinâmica interessante, se bem trabalhada. Porém, a identidade por trás do perfil anônimo se torna problemática e pode cruzar a linha do abuso (psicológico) infantil. Mas um olhar no horizonte entrega a possibilidade da página ser hackeada, o que deixaria a trama mais interessante.

Portanto, Gossip Girl é uma série para assistir de forma despretensiosa, sendo possível se divertir um pouco. Quanto mais você se afastar da versão original, melhor será sua experiência em acompanhar os dramas e as intrigas dos novos jovens da elite de Nova York. É que, infelizmente, tudo parece superficial e raso demais.

No entanto, o sexto episódio pode representar uma mudança necessária e mostra que tem potencial. Agora, só nos resta saber o que a “garota do Instagram” reserva para a segunda parte da temporada que estreia em novembro.

Sentiram saudade de Gossip Girl?

Nota: 2/5

https://www.youtube.com/watch?v=dBrmHpGnrDw
Sobre o autor
Yuri Moraes

Yuri Moraes

Bacharel em Direito, estudante de Marketing Digital. É fascinado pelo universo dos heróis e apaixonado por séries e filmes. Livros de suspense policial são seus favoritos. Boa música e reality shows nao podem faltar. A série favorita, The OC. No Mix, colabora com algumas críticas de séries como, Blindspot, Ozark, La Casa de Papel entre outras.

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