Os bastidores de Desperate Housewives: curiosidades por trás das câmeras
No retorno da nossa coluna Bastidores para a Fall Season, vamos analisar as brigas, os dramas e os barracos por trás das câmeras de Desperate Housewives.
Na última semana, tive o prazer de compartilhar com vocês, por meio da coluna Memórias em Série, que Boardwalk Empire foi quem introduziu-me ao maravilhoso mundo da TV a Cabo. Foi a partir do drama que descobri Six Feet Under, Sex And The City, The Sopranos e Queer As Folk. Contudo, quem me conhece sabe que foi Desperate Housewives quem me trouxe para o maravilhoso mundo da televisão. Lembro-me como se fosse ontem de assistir uma chamada no antigo Canal Sony (hoje Sony Channel) e pensar – ‘Essa série parece legal’.
Naquele mesmo ano fiz algo ousado – gastei todas as economias da minha pré-adolescência num presente de Natal. O que? Um daqueles boxes extravagantes que continham todas as temporadas até a data da aquisição. Passei as férias de verão do ano subsequente trancado em casa devorando episódios atrás de episódios. Apaixonei-me. Mulheres fortes como protagonistas. A decisão de brincar e ridicularizar com o falso moralismo e puritanismo da elite do subúrbio e esse apelo novelesco que me agrada.
Sendo assim, nada mais natural do que começarmos essa temporada pré-Fall Season com um Bastidores de Desperate Housewives. Por isso, eu te convido para continuar conosco e ler nossa coluna. Além de comentar, criticar, elogiar e propor mudanças… Afinal, precisamos da ajuda de vocês para melhorar.
Seguindo o figurino
Uma fã da série gostou tanto de um dos (inúmeros) vestidos usados por Gabrielle (Eva Longoria) no episódio piloto, que mandou uma carta para produção. Ela queria saber o nome do designer responsável pelo vestido para que pudesse copiar e usar algo parecido na sua formatura. Os produtores, contudo, tiveram uma ideia muito melhor. Ao invés de nomear o responsável pelo vestido, eles mandaram o próprio vestido e a moça em questão usou-o na sua formatura.
Papéis trocados
Marcia Cross originalmente participou dos testes para o papel de Mary Alice Young, mas foi escalada como Bree Van De Kamp. Nicollette Sheridan, por sua vez, fez audições para interpretar Bree Van De Kamp, mas acabou como dando vida a Edie Britt. A história de Roselyn Sanchez (Grand Hotel), contudo, foi um pouquinho diferente. Ela estava prestes a ganhar o papel de Gabrielle Solis, mas perdeu para Eva Longoria nos estágios finais das audições. Engana-se quem pensa que elas se tornaram inimigas. Muito pelo contrário. Anos depois de disputarem o mesmo papel, elas voltaram a trabalhar juntas em Devious Maids, série produzida e ocasionalmente dirigida por Longoria, assim como protagonizada por Sanchez.
Quem tem visão tem tudo
Originalmente desenvolvido como um piloto de comédia, o projeto de Desperate Housewives foi rejeitado por praticamente todos os canais. Até mesmo Lifetime, focado no público feminino, e a HBO, que ainda colhia frutos do mega sucesso feito por Sex And The City. Contudo, a ABC, a época liderada por Lloyd Braun (ao lado), manifestou interesse desde que fossem feitas algumas alterações. Sendo assim, todo o formato foi refeito e alterado para um drama recheado de humor negro.
Aceita que dói menos
De acordo com o livro Desperate Networks, do estilo que desvendo os bastidores de forma sensacionalista e bombástica, o criador do drama, Marc Cherry, insistiu que todos os atores e atrizes fizessem testes para todos os papéis. Diversas atrizes demonstraram interesse em interpretar o papel de Susan, tais como Mary-Louise Parker, Calista Flockhart e Julia Louis-Dreyfus. O problema é que elas não queriam participar de qualquer audição, então recusaram a ideia. A própria Felicity Huffman sequer queria participar de um teste para interpretar Lynette, preferindo receber a proposta. Seus agentes à época convenceram-a de aceitar a proposta e ela aceitou fazer uma audição. Marc Cherry ficou tão impressionado com seu desempenho que ela ficou com o papel na hora.
Quero Matar Meu Chefe
Embora bem sucedido, Marc Cherry sempre foi conhecido por ser uma pessoa ‘difícil’ de se trabalhar. Pessoas próximas inclusive descreviam seu comportamento como errático e tóxico. Esses problemas transbordaram quando, em abril de 2010, Nicollette Sheridan processou o produtor por vinte milhões de dólares por agressão física, discriminação de gênero, demissão sem justa causa e criança de um ambiente tóxico de trabalho. Anos depois, um juiz rejeitou o processo e pediu seu arquivamento.
A vida imita a arte
Kathryn Joosten é mais conhecida pelo grande público como a Sra. Karen McCluskey, uma verdadeira lenda de Wisteria Lane. Sendo assim, quando a série foi oficialmente renovada para sua última temporada, ela foi contatada por Marc Cherry com a ideia da sua personagem ter câncer. Ela concordou, mas com uma condição: queria que a doença fosse tratada o mais verossímil possível. Isto é: nada de risadinha. O criador e a ABC aceitaram a ideia.
A ironia triste, e um tanto mórbida, é que a atriz, que estava com câncer de pulmão durante as gravações, morreu dois dias após a exibição da Series Finale em que sua personagem morria de câncer de cérebro.