Young Royals fez algo que Elite nunca conseguiu na Netflix
Nova série da Netflix, Young Royals tem excelente apelo ao apresentar história bem desenvolvida - ao contrário da popular Elite.
Young Royals estreou recentemente na Netflix e preciso dizer, a história me fisgou. Com aquele estereótipo de “a Nova Elite“, a produção consegue fazer algo que, na verdade, a série espanhola nunca conseguiu: ter um bom roteiro e bons argumentos.
Diferente de muitas coisas populares na gigante do streaming, Young Royals é notavelmente uma produção estrangeira – originária da Suécia. E isso, sem dúvidas, contribui para sair da “mesmice” que as produções americanas da plataforma têm apresentado.
Mas se Elite acaba se prendendo aos mesmos clichês – só que apelativos, Young Royals trata de dar camadas necessárias para todos os personagens, fazendo com que na maioria do tempo você se importe com eles.
Pobre menino rico
Partindo da clássica narrativa de “pobre menino rico”, Young Royals tem um “quê” de The Crown ao abordar como a vida em uma família real pode ser glamorosa, e ao mesmo tempo vazia.
O protagonista é Wihelm, um príncipe que está na linha de sucessão da família real, e se envolve em uma briga de rua. Algo que mancha a reputação da família, e que constantemente é mencionado na série. Afinal, aparências contam.
Então, a sua família o envia para um renomado colégio interno onde ele acha que é o fim de sua vida de adolescente. Mas na verdade, ele mal sabia que lá ele poderia encontrar um refúgio, e até mesmo um primeiro amor.
Young Royals explora muito bem as camadas, ao contrário de Elite
Diferentemente de Elite, a série Young Royals não se perde em momento algum da sua narrativa. Wihelm não se esforça muito para encaixar nos grupos do colégio, mas acaba encontrando em Simon um similar. Mesmo que este seja de um mundo completamente oposto ao do dele.
Simon é um garoto pobre, que estuda no colégio mas não é residente. Ali, enfrenta constantemente um choque do mundo rico contra seu mundo tido como inferior. Logo, quando ele conhece Wihelm, entende que eles vivem conflitos semelhantes. Assim, começam a desenvolver um afeto intenso, um pelo outro, a ponto de avançarem a linha entre amizade e amor.
Este conflito, certamente, compõe uma das partes mais interessantes da história. Afinal, um príncipe da família real se descobrir gay poderia ser o fim das “aparências” dos bons costumes defendidos por ele. Portanto, vemos Wihelm constantemente lutando entre o “não posso” com o “eu quero”. E mesmo que isso irrite às vezes, acaba se tornando necessário para o peso que, a partir do terceiro episódio, ele passa a carregar. Isso porque se torna o primeiro na linha de sucessão do trono.
Personagens secundários chamam atenção
Outro ponto importante em Young Royals é que existem personagens secundários bons. Aliás, a série gasta tempo trabalhando suas histórias de fundo. A irmã de Simon é um ótimo exemplo, inclusive. Ela tem TDAH, diz tudo o que pensa, sendo feliz do jeito que é. Mas não deixa de observar os conflitos ao seu redor, às vezes entregando uma verdade que os outros personagens não conseguem enxergar.
August também é outro exemplo de um ótimo personagem, que começa como o bad boy do pedaço, mas tudo motivado por conflitos familiares que aos poucos nós vamos descobrindo. No fim das contas, ele não é melhor nem pior do que os outros. E mesmo que em muitos momentos seja uma pedra no sapato para Wihelm, atuando como “passivo-agressivo”, ele sem dúvidas é um dos melhores personagens.
Igualmente, Felice também chama atenção dos espectadores. Em combate direto com as exigências que a “vida rica” lhe faz, ela só quer ser quem ela deseja, sem a cobrança constante de ter de ser “a melhor”. Além disso, desenvolve um sentimento não correspondido por Wihelm, colocando-a diretamente em um interessante triângulo amoroso.
Maratona vale a pena
Diante de séries ruins que a Netflix apresentou recentemente, Young Royals se mostra um sopro no catálogo da plataforma. Uma ótima maratona que os fãs deveriam fazer, principalmente para distrair a cabeça. Mas ao mesmo tempo, sem deixar de trabalhar conflitos da sociedade, da causa LGBTQIA+ extremamente necessários, e ainda as lutas que os adolescentes passam.
Os episódios são bem dirigidos e conduzidos, fazendo com que a história não se perca e se torne interessante a cada novo episódio.
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É Elite, talvez você devesse olhar para sua “coleguinha” de catálogo, em?
Todos os episódios de Young Royals estão disponíveis na Netflix.
Nota: 4.5/5
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