11×02 de The Walking Dead teve ação e surpresas | Review

Review do segundo episódio da décima primeira temporada de The Walking Dead, intitulado Acheron Part 2, exibido pela AMC.

The Walking Dead 11x02

Sim, finalmente temos mais um episódio de The Walking Dead. E eu preciso tirar logo do peito algo que me deixou aflito a semana toda: NÃO, ELE NÃO MORREU. Sim, ele mesmo, O CACHORRO. Ou vocês acharam que eu estava falando da Maggie? Não, né, gente! Em nenhum momento eu acreditei que a personagem fosse morrer… Mas vamos falar disso mais adiante.

A primeira qualidade que eu venho exaltar desse episódio está no roteiro, por completo, mas principalmente em como ele fez avanços significativos nas duas tramas iniciadas no primeiro episódio da temporada. Praticamente encerrando o primeiro arco dentro do primeiro arco. Confuso, ? Mas eu explico… Do lado do time do metrô, ou ex-time do metrô no caso, foi encerrada a participação deles nessa localização. Não que um metrô rendesse “pano para a manga” por vários episódios, mas desde que foi achado aqueles corpos ensacados no chão, a série quis mostrar que havia algo de muito errado acontecendo ali. Algo que, provavelmente, envolve os vilões (ou o primeiro deles) dessa última temporada.

Com isso, eu fiquei com a impressão que a chegada no “fim do túnel” traria uma prévia desse vilão. Tipo videogame, sabe? Você vai avançando as etapas, vencendo inimigos e no final encontra o chefão. Mas não foi o caso, todos os perrengues que eles enfrentaram no metrô, por enquanto, ficaram por isso mesmo. Mas volto elogiar a escolha dessa locação, até então inédita na série. O clima soturno que TWD costuma ter aqui ganhou outros contornos com a localidade fechada, e o diretor soube muito bem trabalhar a tensão.

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Imagem: Divulgação.

Tensão, ação e sobrevivência em The Walking Dead

Falando em tensão, se a passagem no metrô serviu para outra coisa, foi para aprofundar, digamos assim, a relação de Negan e Maggie. Primeiro, palmas ao roteiro, que nesses dois primeiros episódios foram coescritos pela showrunner Angela Kang. Ainda bem que não cederam a tentação e não fizeram Negan salvar Maggie como um herói, para que todos vissem que ele melhorou e as coisas começassem a mudar entre os dois. Nada disso, até porque Negan não é um herói. Ele é um sobrevivente, e a série honrou isso ao simplesmente mostrá-lo não ajudando Maggie.

Como eu disse no início, em momento algum acreditei que a personagem corria perigo de morrer, e o episódio não enrola e já mostra ela se juntando aos outros pouco tempo depois.

De inicio há aquela tensão e revolta no grupo, sobre Negan ter deixado a Maggie e blábláblá. Mas a atenção logo se volta para como eles vão sobreviver dentro daquele vagão de metrô com apenas uma opção de caminho. A partir daí, se desenrola uma sequência bem bacana de ação e até de desenvolvimento dos personagens.

Destaco primeiro para a escolha que Maggie faz ao não ajudar Cage, que reapareceu após abandonar o grupo no episódio anterior.

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Uma porta separava o vagão que ele estava com o do grupo, e o vagão dele estava se enchendo de zumbis. De forma fria, mas correta, Maggie ordena que a porta não seja aberta para que ele entre, já que o grupo não teria munição suficiente para aquela quantidade de zumbis. É, mais uma vez o instinto de sobrevivência (o mesmo de Negan) guiando as ações dos personagens.

Posteriormente, ela meio que vai justificar a ação dela, contando uma história sinistra de um encontro que ela teve. Maggie coloca em perspectiva o quanto a “humanidade” mudou com o fim do mundo e os danos que a sobrevivência causou às pessoas, além de que comunidades, como Alexandia e Hilltop, se tornaram raras naquele universo.

O interessante é que esse raciocínio de Maggie é completado por Negan, que entende perfeitamente o que ela estava dizendo. É bem bacana que a relação deles comece a mudar, não se resumindo a um salvamento de um pelo outro. Como eu disse, Negan não é um herói e tampouco Maggie é um donzela indefesa. Ambos são sobreviventes.

E, como mostrado nesse episódio, a relação deles começa a mudar perante essa identificação. É um caminho muito bacana e inteligente de se tomar, já que humaniza os dois personagens e os livra de qualquer maniqueísmo. Se antes eu não tinha muito empolgação para essa trama “Maggie-Negan”, cheia de alfinetadas e olhares tortos entre eles, agora eu estou muito ansioso para o que a série preparou para a dupla.

Commonwealth

Do outro lado, temos Princesa, Eugene, Ezekiel e Yumiko lidando com os misteriosos procedimentos da Commonwealth. No final do episódio passado, ficou evidente que o grupo não iria escapar, dado a revelação de que a Yumiko tem (ou tinha) um parente vivendo naquela comunidade. Ainda que eu deseje ver mais dos personagens, meio que “torci o nariz” para essa escolha narrativa.

Teria Yumiko capacidade, enquanto personagem dentro do universo de TWD, para ser o elo que ligue todos a esse novo local? Aqui, minhas suspeitas foram bem apaziguadas. A cena dela com os dois avaliadores mostrou, não apenas que a personagem pode ser muito interessante, como também que a atriz Eleanor Matsuura possui uma capacidade cênica considerável.

Imagem: Divulgação.

Outro ator que já havia se provado, mas que aqui tem uma oportunidade imensa é Josh McDermitt. Eugene tem todos os trejeitos dele e pode até parecer um personagem irritante para muitos, mas eu meio que simpatizo com ele. Houve uma construção do personagem muito bacana durante a sua trajetória. Aqui, Eugene tem um curto, mas engraçado e expressivo, monólogo, e o ator segura a onda de uma forma admirável.

Como mencionado, tivemos avanços nos dois arcos. E finalmente o grupo passou da primeira parte para entrar na Commonwealth. Além disso, veja só, conhecemos a Stephanie. A personagem parece ser uma fofa, e somente na troca de olhares foi possível ver a química entre ela e Eugene. Será que ele finalmente desencalha? A conferir…

Conclusão

Enfim, The Walking Dead mantém o nível e nos apresenta mais um incrível episódio. Não houve voltas ao redor de si mesmo ou passagens desnecessárias. As tramas avançam notavelmente e o foco nos personagens é maior do que nunca. Estou curioso para ver como vai funcionar essa dinâmica e no que vai resultar o encontro com esse novo grupo super armado e poderoso que apareceu no fim do episódio.

Nota: 4.5/5

Sobre o autor
Marcelo Henrique

Marcelo Henrique

Nerd, fã de Batman e DC. Adora séries como um todo, mas tem um tombo por produções de Ryan Murphy. No Mix escreve de tudo um pouco, mas atualmente falo de The Walking Dead semanalmente.

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