4×03 de New Amsterdam introduziu antagonista de Max

Depois de mudanças anunciadas, o terceiro episódio da quarta temporada trouxe a nova antagonista para Max em New Amsterdam.

New Amsterdam 4x03

A equipe de roteiristas de New Amsterdam parece, efetivamente, ter percebido as limitações da fórmula explorada pela série nas primeiras três temporadas. O episódio “O mesmo de sempre” abordou de várias maneiras esse formato, dando espaço ao aparecimento de Veronica, a provável nova antagonista de Max.

Primeiramente, vemos a repercussão do anúncio de Helen e Max sobre seu relacionamento e a futura saída do hospital. A abertura, por sinal, brinca com a vida sexual dos casais, já sugerindo os dilemas de Helen quanto ao seu parceiro.

Embora o episódio dê bastante atenção às preocupações de Helen, o que mais chama a atenção é a introdução da nova personagem, a princípio uma mulher misteriosa vagando pelo hospital.

“Eu prefiro fazer isso sem ele aqui”

Primeiramente, com Floyd, seu jeito entre o brincalhão e o fanfarrão foi, rapidamente, cortado pelo ar investigativo da personagem. Ao saber que Max estava no hospital, ela comentou preferir que ele não estivesse. Em seguida, com Helen, o diálogo trouxe o passado da oncologista como figura da TV e indicou sua relação com Max como um problema.

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Logo no início, Floyd Reynolds encontra uma mulher (aparentemente) perdida na entrada do hospital. A interação entre o cirurgião e a nova personagem deu o tom de sua participação no episódio. As cenas de cada protagonista com Veronica abordaram os aspectos marcantes dos personagens.

Iggy, por sua vez, teve seu estilo comunicativo e empático abalado pelos dados apresentados por Veronica e soluções propostas. Finalmente, Lauren Bloom tentou enquadrá-la para sair da Emergência, mas teve uma reação fria.

Veronica Fuentes no episódio 4×03 de New Amsterdam. Imagem: Divulgação.

Em resumo, Veronica serviu de antagonista às essências de cada protagonista de New Amsterdam.

Um caminho de mudanças em New Amsterdam?

Certamente, a dúvida é se o antagonismo será pra valer. Em paralelo, as tramas individuais do episódio abordaram as ideias de repetição e necessidade de mudança.

Primeramente, Max encontra em Imani, uma jovem com ímpeto para mudar o mundo, um quase reflexo seu. Nesse ponto, Max pode ver como é difícil balancear sua vontade de melhorar o mundo com a realidade concreta. Ainda assim, o protagonista foi capaz de tirar seus coelhos da cartola e resolver a situação, como nas primeiras temporadas.

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Paralelamente, Helen refletia sobre as dificuldades de conviver com Max e se havia tomado a decisão correta. Particularmente, senti que Helen realizou concessões demais para Max. Além disso, senti falta de um diálogo concreto entre os dois para lidar com a situação.

A solução, portanto, pareceu uma receita para dar errado. Ainda tenho dúvidas se essa viagem a Londres, de fato, ocorrerá. Principalmente com a chegada de Veronica podendo reacender o ímpeto de Max.

New Amsterdam 4x03
Imagem: Divulgação.

Floyd e a sutileza do trauma

Embora em segundo plano, achei a trama de Floyd uma das melhores até então na série. Rapidamente, pensei que o cirurgião estava sofrendo alguma crise neurológica, perdendo a noção do tempo e do espaço. Porém, a “solução” para o mistério era algo mais simples: o trauma.

De forma sutil, o roteiro abordou como a violência representa um problema de saúde pública grave. No caso, a repetição de tiroteios retrata a violência urbana, e o impacto dela sobre Reynolds gerou um trauma psicológico. Além disso, foi uma forma inteligente de pensar a ideia de rotina do médico e da recorrência das tramas da série.

As personagens são profissionais de um hospital, num mundo pós-pandemia e repleto de problemas estruturais graves. Não é de se esperar outra coisa senão efeitos na saúde mental dessas pessoas. Ainda, foi uma maneira sensível e sutil de trazer um debate extremamente politizado nos Estados Unidos, o acesso a armas de fogo.

Iggy e Bloom em outro ritmo

Provavelmente, os arcos de Iggy e Bloom têm sido os menos animadores deste começo de ano. Embora ambos sejam bastante importantes.

Iggy, em seu esforço por repensar sua prática e se recuperar do trauma, tem trabalhado bem com os residentes. Porém, as interações com os jovens médicos têm sido mais caricatas, mesmo em temas sensíveis. Desta vez, Frome lidou com o luto de sua melhor residente pela perda de um paciente de forma bastante forçada.

Talvez, com a chegada da nova diretora, Frome retorne a clinicar e, dessa forma, processe seu trauma de outras formas. Ele é um personagem fundamental na série para ficar perdido no roteiro.

Bloom, por sua vez, alterna altos e baixos na relação com Leyla. Principalmente, o problema diz respeito à falta de profissionalismo da chefe da emergência. Neste episódio, as relações entre a vida privada e o espaço de trabalho se misturaram demais, e as próprias atuações ficaram caricatas. Lauren comparando seu “pulso firme” à guerra vivenciada por Leyla foi além do exagero.

Além disso, para uma série que aborda temas tão sérios, New Amsterdam não pode deixar passar a discussão sobre assédio e comportamento apropriado no local de trabalho.

Mas, afinal, vai mudar mesmo?

Nesses anos de New Amsterdam, nos acostumamos a ver mudanças anunciadas e abandonadas quase na mesma velocidade. Porém, a série começou o quarto ano dando sinais de traçar novos rumos. A introdução de uma antagonista para Max pode funcionar tanto como motor da mudança quanto um motivo para tudo ficar igual.

Finalmente, nos resta acompanhar os próximos episódios e saber se Veronica será uma personagem de impacto ou só um motivo para Max repensar o futuro.

Nota: 4/5.

Sobre o autor
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Luiz Alves

Historiador, pesquisador em saúde, fã de histórias em quadrinhos e jogador de RPG de longa data. Adoro sitcoms de Seinfeld a Brooklyn Nine-Nine, cresci vendo dramas como House, e me apaixonei pelo suspense de Hannibal e a fantasia de Penny Dreadful. Escrevo no Mix desde 2017, fazendo reviews de séries baseadas em quadrinhos, dramas e outras por aí. Atualmente, faço as reviews de New Amsterdam.

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