A verdade sobre Continência ao Amor: filme tem história real?

Continência ao Amor é o novo romance da Netflix. Filme vem conquistando o público e levantando questões: esta é uma história real?

Continência ao Amor

Continência ao Amor (Purple Hearts) da Netflix é um romance que segue a história de duas pessoas que vêm de origens muito diferentes. Cassie é uma liberal, filha de um imigrante trabalhador, uma artista e uma pessoa que gosta de questionar coisas que não fazem sentido. Luke se inclina mais para o outro lado do espectro político, recentemente se alistou no exército depois de lutar contra o vício e gosta de guardar seus sentimentos para si mesmo.

Em uma situação diferente, eles teriam mantido distância um do outro. No entanto, eles estão desesperados para sair de suas situações pessoais que exigem dinheiro. Casar-se, então, parece ser a única solução. Dirigido por Elizabeth Allen Rosenbaum, o filme usa essa premissa para abordar uma série de questões com as quais o público pode se relacionar. 

Continência ao Amor
Imagem: Divulgação.

Continência ao Amor (Purple Hearts) é uma história verdadeira?

Não, Continência ao Amor não é baseado em uma história real. É baseado no livro de mesmo nome de Tess Wakefield. Embora ela não baseasse a história em uma pessoa real ou em um evento real, ela a infundiu com algumas lutas reais com as quais seu público poderia se relacionar muito bem. 

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Luke tem um passado de abuso de substâncias e vício, enquanto Cassie está tentando superar suas dificuldades financeiras além de manter seu diabetes sob controle. Para isso, Wakefield pesquisou o vício e como funciona o sistema de saúde. Para a formação musical de Cassie, ela também leu muito sobre teoria musical, enquanto para o pequeno arranjo entre ela e Luke, Wakefield mergulhou na lei militar para ver se algo assim poderia realmente funcionar.

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No livro, Cassie é descendente de porto-riquenhos. Para retratar esse lado dela corretamente, Wakefield conversou com a comunidade porto-riquenha para descobrir mais sobre sua cultura e como a dinâmica familiar pode ser diferente para eles, especialmente seu relacionamento com os pais. Vemos essa diferença no relacionamento de Cassie com sua mãe e Luke com seu pai, que está prestes a se separar. Para o diabetes de Cassie, ela conversou com aqueles que passaram a vida com a doença para ter uma ideia de como as coisas podem ficar difíceis e como elas lidam com isso.

História traz lados opostos em vários aspectos

A atriz Sofia Carson, que interpreta Cassie, foi atraída pela história devido aos variados temas capturados por ela. “Quando li o título pela primeira vez (Purple Hearts, em inglês), perguntei a Liz (a diretora) se ‘corações roxos’ significava que era a mistura de um coração vermelho e azul, e ela riu e disse: ‘Eu não tinha pensado dessa maneira. Mas essa é exatamente a nossa história.’” Nos Estados Unidos existem dois partidos políticos principais: os democratas e os republicanos. Cada um tem uma cor: um é azul, outro é vermelho. É daí que a atriz tirou sua teoria: uma é progressista, outro é conservador. A mistura de vermelho e azul (os dois posicionamentos distintos) renderia o “roxo” do título.

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Enquanto escrevia sobre temas sociais e políticos relevantes, Wakefield também deu um toque pessoal à história. Ela descreveu Cassie como “aquela amiga ou colega de trabalho que está sempre procurando o próximo desafio”, enquanto para Luke ela criou um lado mais suave sob seu comportamento estóico. “Foi incrivelmente curativo estar com Luke enquanto ele se permitia, ser honesto sobre seus problemas e ser vulnerável”, disse ela.

Entre tudo isso, ela se viu usando “as memórias mais aleatórias, ou pedacinhos de conhecimento, ou técnicas que [ela havia] absorvido ao longo dos anos”. Então, mesmo quando ela criou um romance fictício, Wakefield fez o possível para mantê-lo real. Tudo com personagens em que as pessoas pudessem se ver e situações com as quais todos pudessem se identificar.

Sobre o autor

Matheus Pereira

Coordenação editorial

Matheus Pereira é Jornalista e mora em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Depois de quase seguir carreira na Arquitetura, enveredou para o campo da Comunicação, pelo qual sempre nutriu grande paixão. Escritor assíduo na época dos blogs, Matheus desenvolveu seus textos e conhecimentos em Cinema e TV numa experiência que já soma quase 15 anos. Destes, quase dez são dedicados ao Mix de Séries. No Mix, onde é redator desde 2014, já escreveu inúmeras resenhas, notícias, criou e desenvolveu colunas e aperfeiçoou seus conhecimentos televisivos. Sempre versando pelo senso crítico e pela riqueza da informação, já cobriu eventos, acompanha premiações, as notícias mais quentes e joga luz em nomes e produções que muitas vezes estão fora dos grandes holofotes. Além disso, trabalha há mais de dez anos no campo da comunicação e marketing educacional, sendo assessor de imprensa e publicidade em grandes escolas e instituições de ensino. Assim, se divide entre dois pilares que representam a sua carreira: de um lado, a educação; de outro, as séries de TV e o Cinema.