Crítica: 1×02 de The Walking Dead: World Beyond destaca passado de Felix

Um episódio difícil para os fãs de longa data, mas interessante por tratar uma nova perspectiva em um novo personagem

Quem acompanha o universo dos mortos vivos, seja há 10 anos pela série principal, ou há 6 pelo spin-off Fear, sabe muito bem os perigos e as difíceis situações em que os personagens vão passar. No entanto, The Walking Dead: World Beyond chegou com uma perspectiva um tanto diferente.

Como a trama gira em torno de quatro adolescentes que cresceram sem saber o que há de pior no apocalipse, é claro que veríamos em tela algumas ideias desnecessárias vindas dos protagonistas. E é tudo propositalmente mais difícil para eles.

O primeiro zumbi a gente nunca esquece

Iris (Aliyah Royale) que até então era a mais sensata do grupo, foi a primeira a lidar com um zumbi cara a cara. E mesmo assim não conseguiu matá-lo, muito pelo contrário: a garota quase morreu e ainda vomitou na cara do “vazio”, enquanto seus amigos assistiam a cena.

Entendendo que talvez a melhor opção seja evitar os vazios, o quarteto passou duas noites vagando pelas ruas e dormindo em diferentes lugares. Um deles é uma casa na árvore, onde mais um morto vivo os perseguiu (sim, apenas um) e nenhum dos quatro conseguiram dar cabo dele.

Vale ressaltar que todos tiveram aulas com Felix (Nico Tortorella) sobre como lidar com a possível ameaça, mas mesmo assim ninguém conseguiu. No máximo é Hope (Alexa Mansour) quem afastou o zumbi do grupo durante a madrugada, também colocando sua vida em risco.

Uma história que representa

O ponto alto do episódio está justamente no outro núcleo, formado por Felix e sua amiga Huck (Annet Mahendru). Os dois seguiam pistas deixadas pelos jovens durante o caminho e entre os diálogos rolavam alguns flashbacks sobre a vida de Felix antes do apocalipse.

O rapaz teve sua sexualidade descoberta pelo pai e, não bastando isso, foi expulso de casa ainda adolescente, mesmo sendo ele a ajudar nas despesas de casa. Quando os primeiros zumbis surgiram e o bombardeiro às cidades começaram, Felix ainda tentou voltar e ajudar sua família, sendo ignorado na porta de sua antiga casa.

Durante a madrugada, Felix aproveitou que Huck estava dormindo e foi até sua antiga casa, já que passava pelo bairro próximo, com o intuito de matar o que restou de seus pais. É importante ressaltar que o personagem, mesmo anos após o apocalipse, ainda carrega o sentimento de culpa por seus pais não aceitarem o fato dele ser gay.

O primeiro plano

Voltando ao quarteto, eles chegaram a uma grande massa de fogo, lugar que haviam avistado anteriormente. Uma vez lá, Elton (Nicolas Cantu) sugeriu que eles caminhassem fumaça adentro pois seria melhor do que darem a volta pelo local. Um grande erro, pois quase são mortos novamente pela quantidade de vazios que residiam ali.

Mudando de estratégia, Elton então traçou um plano: um deles usaria uma sirene para atrair os mortos, enquanto os outros aproveitariam para cruzar a massa de fogo. Iris imediatamente recusou a ideia por não querer colocar a vida de ninguém em risco. No entanto, durante a madrugada, Hope decidiu mesmo assim ir sozinha concluir o plano de Elton, terminando o episódio.

Se não fosse a história de Felix, certamente World Beyond já teria um péssimo episódio para a temporada, visto que não aconteceu nada de relevante para nenhum dos personagens. Contudo, talvez a ideia não seja agradar nós, fãs antigos, mas sim trazer um novo público para o universo, principalmente o público jovem que descobrirá como é viver em The Walking Dead junto com os protagonistas.

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Rodrigo Sodre

Rodrigo é um rapaz que cresceu, mas manteve todas as alegrias da infância consigo. Aos 26 anos, é formado em Jornalismo e joga videogame desde quando usava fraldas. Apaixonado por zumbis, começou a se interessar pelo gênero quando viu a primeira intro de Resident Evil 2. Hoje é fã fiel de The Walking Dead e continua jogando, lendo, vendo filmes e séries.

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