Crítica: 365 Dias Hoje é péssimo, catastrófico e frígido
365 Dias: Hoje falha em todos os aspectos imagináveis, acabando por cometer o pior dos delitos: não entregar o básico do que se propõe.
Há certos temas e subgêneros do Cinema e da TV que nunca saem de moda. Um deles é o suspense erótico. Trata-se de um tipo de filme que fez sucesso nos anos 1980 e 90, adormeceu nos anos 2000 e ganhou força novamente recentemente. Na literatura, centenas de livros “hot” são lançados mensalmente. Todos eles parecem dividir os mesmos problemas, muito embora o público pareça diferente. Com 365 Dias: Hoje, a coisa não é diferente.
O grande problema dos ditos romances “eróticos” é que falta justamente aquilo que eles propõem entregar: sensualidade, nudez e s*xo. Devemos ser justos com 365 Dias e, por isso, precisamos analisá-lo pelo que o filme é, pelo o que deseja entregar.
Nesta perspectiva, a produção fica devendo até naquilo que quer fazer. Desta forma, falta sensualidade nas cenas quentes e as cenas de s*xo são totalmente frias e mal executadas. Os diretores acreditam que é preciso editar uma cena de s*xo do mesmo jeito que se edita uma perseguição de carros ou uma briga de socos.
O que seria a força do filme acaba sendo outro desastre
Cenas entrecortadas onde nada se vê é a lei que rege toda cena “hot” do filme. Assim, 365 Dias: Hoje é um filme covarde. A nudez é contida e rara, e as cenas de s*xo pouco se fazem presentes. Quando acontecem, tudo é coberto por tecidos e sombras. Se a proposta era ser “soft”, talvez a equipe tenha pesado a mão deixando tudo pálido e escasso demais.
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Pois, se as cenas quentes, que são o principal elemento de 365 Dias: Hoje, são fracas, o que resta para assistir? O que há entre uma cena e outra é uma história frágil e previsível. Com a sutileza de um mamute, 365 Dias: Hoje falha miseravelmente ao desenvolver o relacionamento do casal principal. Assim, quando as coisas começam a não ir bem para a dupla, o conflito vem como um soco e não como algo gradual.
O pior, entretanto, é perceber que a protagonista fica chateada ao notar que seu amado é um imbecil tóxico, grosseiro, sendo que ele havia sequestrado no filme anterior. Tinha como esperar algo bom dessa pessoa?
365 Dias: Hoje falha até ao entregar o básico aos fãs
Os mais otimistas, porém, podem pensar: “tudo está ruim, mas as atuações podem ser boas”. Terrível engano. Michele Morrone, o galã da saga, tem a expressão de uma porta. Anna Maria Sieklucka, a protagonista, se sai um pouquinho melhor, mas é igualmente limitada, principalmente com o embaraçoso roteiro proposto. Simone Susinna, o Nacho, até tem um pouco mais de carisma, mas é impossível fazer qualquer tipo de trabalho quando nem o drama, suspense, humor ou o erotismo funcionam.
Nenhum ator, entretanto, é pior do que o ridículo irmão de Massimo. Este deve ser proibido de atuar novamente.
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Com isso, 365 Dias: Hoje é uma sucessão de constrangimentos. As cenas entre o casal original não têm química, as do “novo” casal não engrenam. Já as sequências de sonhos são ainda piores do que as reais, e tudo consegue ficar ainda mais insuportável quando uma musiquinha pop é jogada no meio de cenas totalmente destoantes.
365 Dias: Hoje, enfim, pode fazer sucesso entre o público-alvo, mas é um equívoco inquestionável. No fim, é um produto ruim não só por ser um fiasco artístico, mas porque falha em entregar o básico daquilo que propõe, decepcionando até aqueles que podem ser fãs desta bomba.
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