Crítica: Batwoman se tornou a melhor série do Arrowverse com 1ª temporada

Crítica da primeira temporada da série Batwoman, do canal The CW. No Brasil, a série é exibida pelo canal HBO e o streaming HBO Go.

Batwoman

Batwoman, a caçulinha do Arrowverse

Essa última fall season foi de grandes emoções aos fãs do Arrowverse. Primeiramente por conta do fim de Arrow, após oito temporadas, mas também pela estreia de Batwoman.

Estrelada por Ruby Rose, a atração teve uma estreia tímida. Eu particularmente não gostei tanto do piloto, me incomodando uma série de fatores. Entretanto fui dando uma nova oportunidade para série, quando ela finalmente me conquistou em seu terceiro episódio. O mesmo trouxe Thomas Elliot, melhor amigo de Bruce Wayne na infância, e um potencial grande vilão.

Foi curioso ver o desenvolvimento de sua história, assim como a evolução dos planos diabólicos de Alice. Nos dois primeiros episódios eu havia sentido muita coisa engessada e caricata, mas a partir desse as coisas foram andando, e enfim me conquistou de vez.

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Laços de família

Um dos pontos fortes em Batwoman pra mim foram as questões familiares. Tudo bem que isso é marca registrada das demais outras séries do Arrowverse, mas aqui a forma como tudo é abordado me ganhou.

É tudo sobre família, começando que a heroína é prima de ninguém menos que o homem morcego, um dos maiores heróis da DC Comics. Em contrapartida sua maior rival é a própria irmã gêmea, dada como morta durante 15 anos. Seu pai não gosta da vigilante que vem conquistando Gotham City, que é ninguém menos que a própria Kate Kane.

Como se não bastasse, ainda tem seus aliados no meio disso. Pra começar temos Luke Fox, filho de Lucius Fox, personagem bem conhecido das HQs do Batman. O rapaz é braço direito de Kate em suas missões como Batwoman, tornando-se um grande parceiro. Ainda temos Mary, meia irmã de Kate, que é a veia cômica na história, mas com grande importância a cada episódio que passa. Por último, porém não menos importante, temos a chatinha da Sophie, ex-namorada da protagonista, e que sempre se desdobra para dar uma força à mulher morcego.

Com isso, tais ingredientes foram sim fundamentais para o desenvolvimento de uma história bem construída.

Imagem: The CW/Divulgação

Alice, aquela vilã que você respeita!

Alice com certeza é o destaque principal dessa primeira temporada. Apesar dos exageros no começo, foi interessante acompanhar sua desconstrução a cada episódio, e ver os motivos que a fez tornar-se essa vilã tão ardilosa. Após ter sido dada como morta, ela comeu o pão que o diabo amassou durante todos esses anos.

É claro que muito disso não justifica seus atos maquiavélicos, mas nos faz sim refletir sobre uma possível redenção. Quando chegamos perto disso acontecer, sempre há algo que faz com que ela volte dez casas, tornando-se cada vez mais maquiavélica. Isso pra mim, inclusive, é um dos pontos positivos da personagem.

Efeitos pós crise

Batwoman teve grande destaque no crossover da crise das infinitas Terras, conforme escrevi aqui. É claro que, assim como as demais séries, aqui também houveram efeitos a reestruturação do Multiverso.

Por aqui fomos apresentados a Beth de outra Terra, que não tinha absolutamente nada da psicótica Alice que conhecemos. Isso também se deve ao fato que essa por sua vez foi salva no acidente que mudou a vida da família Kane. Confesso que fiquei muito animado com a química dela e Kate, foi bacana ver esse laço de irmãs entre elas. Entretanto se tem uma coisa que aprendi nessa minha vida de seriador, é que não posso jamais me apegar a um personagem.

Beth tinha tudo para ser fixa, mas ela e Alice estavam ligadas por questões existenciais, e apenas uma sobreviveria para o equilíbrio da Terra. Por um momento pensei que Kate optaria pela vilã, e me surpreendi ao vê-la escolhendo a gêmea boa. Entretanto um mal entendido fez com que Beth fosse assassinada, e com isso Alice levando a melhor. O resultado? A vilã ficando mais louca que nunca.

Novas alianças

Após esse acontecimento, Alice fica cada vez mais obcecada em acabar com a irmã. Ela mostra-se cada vez mais cruel, sempre com a ajuda de Mouse, seu irmão adotivo e fiel escudeiro. No entanto a dupla acabou se divergindo em alguns momentos, colocando a relação deles em xeque.

Ao cair em um plano arquitetado por Katy e seu pai, a personagem acaba sendo internada no Asilo Arkham, em que encontra-se com ninguém menos que Thomas Elliot. Esse encontro me fez pular horrores, uma vez que achei que o vilão merecia mais destaque na história, e foi o que aconteceu na reta final.

Em contrapartida, Kate consegue mais uma importante aliada. Julia Pennyworth, filha de Alfred, fez sua primeira aparição no sétimo episódio, para ajudar Kate a despistar Sophie dela ser Batwoman. A personagem acabou retornando na reta final, como interesse amoroso da ex de sua amiga. Não só isso, mas também ela se tornou mais um grande adendo ao squad da heroína. Portanto ambas as irmãs Kane tiveram grandes alianças nessa reta final.

A cartada final de Alice

Apesar de oficialmente terem ficado dois episódios para trás, a season finale de Batwoman conseguiu soar como tal. A aliança de Alice e Thomas vinha ficando cada vez mais intensa, mas por um algum momento eu fiquei com uma leve sensação de que um deles seria sacaneado pelo outro.

Algo me dizia que o empresário invejoso seria quem faria isso, mas após a psicopata ter matado Mouse, já comecei a pensar o contrário. Entretanto o inesperado aconteceu, e me deixou totalmente boquiaberto. O lance dela ter aprendido a roubar a criar uma nova face para as pessoas, arrancando justamente a de Thomas, me levantou a suspeita de algo grandioso pudesse ver.

Para a minha surpresa, a vilã deu cartada final pra lá de surpreendente. Como assim ela transformou seu aliado em Bruce Wayne. Thomas sempre foi invejoso, querendo ter a vida do ex-amigo, portanto pra ele isso foi um sonho tornando-se realidade. Eu simplesmente fiquei em choque com o que vi, sinceramente. Jamais esperava por esse cliffhanger.

Imagem: The CW/Divulgação

O que vem pela frente?

Se essa reviravolta aconteceu, e ainda faltavam dois episódios para encerrar a temporada, quais seriam os próximos passos da dupla no desfecho oficial? Fiquei me perguntando isso durante um bom tempo, após ter assistido a season finale.

Talvez os produtores vão trabalhar isso de uma forma bem melhor e mais estruturada, que sendo trabalhada de forma adequada, tem tudo para fazer da segunda temporada ainda melhor que foi essa primeira. Confesso que tirei o chapéu inúmeras vezes, e posso dizer com convicção que Batwoman foi a melhor série do Arrowverse nessa temporada.

O próximo crossover terá início da série da mulher morcego, tendo fim em Superman & Lois. Portanto, acho justo Thomas como Bruce Wayne pelo menos até próximo ao evento e, quem sabe, o verdadeiro homem morcego possa aparecer? É uma teoria interessante e ao mesmo tempo louca, mas sabemos que a The CW ama ousar.

Quem será a nova Batwoman?

Nessa semana todos foram pegos de surpresa, com o anúncio que Ruby Rose estava deixando a atração. Sua escolha para o papel foi muito criticada na época, e a atriz que assumirá o posto de protagonista terá uma grande responsabilidade pela frente.

Eu se fosse os produtores nem perderia meu tempo em procurar outra atriz, e sim colocaria Rachel Skarsten também como Kate. Ela e Alice não são irmãs gêmeas? Alô dona CW, estamos em meio a uma crise, e seria uma forma de poupar custos. Tudo bem que exigiria mais da atriz, mas ela roubou a cena nesse primeiro ano de forma única, deixando Ruby no chinelo.

Convenhamos que ela sempre foi fraca e sem sal, e apesar de eu ter ficado em choque com sua saída, acho que foi até melhor.

Até a próxima temporada!

Sobre o autor
Eduardo Nogueira

Eduardo Nogueira

Revisão e controle de qualidade

Formado em Administração de Empresas desde 2009, atuo na área administrativa e financeira há mais de quinze anos, entre estágios e empregos efetivos. Redator com experiência para Web, está no Mix de Séries desde a criação do site em 2014, onde atuou como editor, revisor e criador de conteúdo para as mais diversas áreas. Atuou como editor de notícias, colaborador na produção de pautas para essa área, e também atua como repórter de eventos como a CCXP em São Paulo e cobertura de lançamentos de filmes e séries na cidade.