Crítica: Cobra Kai atinge o máximo da emoção na 4ª temporada
Nova temporada de Cobra Kai acertou em cheio com vilão de Karatê Kid 3. E além disso, soube resgatar ainda mais a nostalgia.
Cobra Kai retornou para mais uma temporada na Netflix e podemos dizer que ela, de fato, atingiu o seu melhor. Quando a série estreou, ainda lá no Youtube Premium, talvez os produtores não tivessem qualquer noção para onde a trama caminharia. Embora eles sempre souberam que mexer com a emoção pudesse sempre ser um ponto positivo para os mais nostálgicos.
Até aqui, Cobra Kai utilizou todas as cartas que poderia, ao trazer basicamente todos os veteranos da antiga franquia em seus episódios. Com a mais recente adição de Terry Silver na mistura, Cobra Kai fez muito mais do que golpes contra oponentes. Ela acertou em cheio nos corações dos fãs.
A união faz a força
Do início ao fim (literalmente), Cobra Kai trabalhou com a ideia de que a união faz a força, nesta quarta temporada. Não importa de qual lado, o equilíbrio foi lançado quando Johnny se reuniu com Daniel, enquanto Kreese estava correndo atrás do prejuízo. Para derrotar a união do Miyagi Do com o Presas de Água, o líder do Cobra Kai apelou para seu antigo amigo: Terry Silver. O que Kreese não podia imaginar, no entanto, é que ele estava fazendo um pacto com alguém que poderia lhe passar a perna, da mesma forma que ele fez com Johnny.
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Terry Silver continua o mesmo diabólico personagem que surgiu em Karate Kid 3, embora coube a Kreese despertá-lo de uma vida monótona (e rica) que ele estava vivendo. Acredito que Kreese queria pegar em um ponto forte contra Daniel, ao trazer um inimigo que mexia com suas estruturas. Afinal, quem assistiu a Karate Kid 3 se lembra o quão Silver mexeu com a mente do Daniel San.
A partir dessa disputa com as quatro lendas da franquia Karate Kid, restou às histórias dos alunos rodear essas disputas. Mas Cobra Kai aprendeu ao longo das suas três primeiras temporadas que os personagens ganham vida própria além do legado dos clássicos filmes, trazendo elementos necessários que prendem o espectador do início ao fim.
A melhor temporada de Cobra Kai até aqui
Em todas as camadas, Cobra Kai acertou em cheio ao explorar tópicos que ainda não havia trabalho. Quando Johnny e Daniel deixam as diferenças de lado para combaterem um inimigo em comum, é talvez o ponto máximo da temporada. Mas, então, pouco a frente, eles entendem que não conseguem trabalhar juntos e deixam tudo de lado.
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Mas, ao final, a história mostra aos personagens – e ao público – que eles conseguem trabalhar juntos. Eles apenas precisam deixar o ego de lado e saber respeitar o que há de melhor entre os seus oponentes.
O mesmo vale para os jovens, que possuem ótimas histórias nesta temporada. Chamo atenção para Tory, que mesmo com o roteiro a todo momento levando-a para os aspectos de vilã, sempre surge com outro contraponto que faz o público ter empatia pela sua dor.
Ela é uma personagem que sofreu e não teve os mesmos privilégios de Samantha, por exemplo. Então, na luta final, quando o correto seria torcer pelo Miyagi Do, na verdade, você se pega desejando a vitória de Tory. Porque é o que ela precisa ter em sua vida. Ao menos, uma vitória.
Já Miguel e Robby se mostram ainda mais semelhantes quando eles deixam claro que o problema paternal encontra-se em sua maior questão. No caso de Robby, ele percebe que deixou o ódio lhe tomar, e acaba fazendo as pazes com Johnny em certo ponto. O que já era tempo. E Miguel viu que não pode mais projetar em Johnny a figura paterna que ele tanto buscava, indo ele mesmo atrás de seu pai. Se isso foi uma boa ideia, no entanto, só descobriremos no futuro.
Lutas bem coreografadas roubam a cena
Se Cobra Kai atingiu um ápice nas temporadas 2 e 3 com grandes cenas de luta, nessa quarta temporada eles precisavam inovar. Então, não havia mais uma opção de refazer cena com todos aqueles atores envolvidos. A saída, dessa forma, foi jogar com pequenos momentos, que culminariam no grande Torneio.
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Ao longo da temporada, vimos ótimas cenas, incluindo a clichê briga na piscina que Sam, Miguel, Robby e Tory protagonizaram. Todas elas se mostraram bem coreografadas e ganhando vida, quase que como uma personagem independente.
Mas nada supera as lutas finais do torneio. Destacando a batalha entre Eli e Robby. Aliás, Eli foi uma grata surpresa, saindo de um idiota sem moral para um personagem agradável e relacionável. A torcida no final não poderia ser para outro além dele, e o desfecho de sua batalha é um presente para os fãs.
4ª temporada valeu a pena
Claro que nem tudo são flores. A trama de Anthony, filho de LaRusso, por exemplo, me pareceu boba e chata. Mas serviu para introduzir Kenny, que promete roubar a cena na 5ª temporada.
No entanto, o saldo é bastante positivo. E as reviravoltas do final, incluindo a já esperada traição de Terry contra John é algo extremamente satisfatório.
Cobra Kai encerra mais um ano com frescor, vigor e com vontade de contar mais histórias. Não é algo que tenha se desgastado, e a cada novo ano prova aos fãs de que tem mais e mais fôlego.
Onde aperta para assistir a 5ª temporada logo?
Nota: 5/5