Crítica: Fate, a saga Winx é uma série descartável e ruim na Netflix

Fate: A Saga Winx promete desagradar os fãs e afastar quem não conhece o material original. É o primeiro tropeço da Netflix em 2021.

Fate: A Saga Winx

Adaptação de Fate A Saga Winx nos decepcionou

Fate A Saga Winx estreou na gigante do streaming. Mas além de ser bem fraca, a atração exalta um problema na hora da plataforma produzir seus conteúdos originais.

Fica cada vez mais latente a ideia da Netflix em não criar uma identidade para si e seus produtos. Pegue a HBO no início de sua corrida na produção de séries originais: havia um conceito que ditou regras e perdura até hoje.

Não é à toa que o slogan “Não é TV, é HBO” caiu tão bem. Apesar de contar com projetos totalmente distintos, você consegue olhar poucos minutos e afirmar se o que é assiste é ou não uma obra do canal. Com a Netflix não há lógica, muito menos padrão, e Fate: A Saga Winx é um belo exemplo disso.

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Você pode estar esperando outro texto detonando a série, como inúmeros outros. O fato, porém, é que Winx não é tão terrível como se supunha. O problema, entretanto, talvez pior. Ao invés de ser uma série simplesmente ruim, que deixa uma marca por ser terrível, Fate é totalmente apática. Começa e termina sem surpreender, sem envolver e sem oferece nada de novo a um público já acostumado com este tipo de produção.

Série erra ao repetir fórmulas de outras séries

Pois o grande erro de Fate: A Saga Winx é não arriscar, afastando-se da vibe do material original e aproximando-se do formato desgastado das inúmeras séries teen produzidas nos últimos anos (a maioria pela Netflix, aliás).

Desta forma, a impressão que fica é a de que os executivos da plataforma e os roteiristas apenas estão à procura de uma franquia estabelecida (seja na TV ou em outras mídias) para recriar clichês atuais.

Pois o elemento da série mais próximo do material original é o nome. De resto, o show atualiza temas e personagens para ressoar com um público mais adolescente e moderno.

Em tese, é uma ideia válida e compreensível; na prática, é um engodo frágil, que pouco se distingue de produções como A Ordempor exemplo. Nesta perspectiva, o live-action de Winx não era por mudar personalidades e características de personagens, mas por esquecer o espírito da saga que conquistou fãs por anos.

Fate Saga Winx Trailer

Além de roteiro fraco, visual deixa a desejar

O que é consenso da crítica, e entra na dura questão da atualização, é a insistência de se adaptar algo leve, divertido e colorido em algo pesado, duro e cinzento. Depois de Sabrinae de uma porção de outras séries adolescentes obscuras, a Netflix pega um produto absolutamente colorido e drena toda a cor e energia. Perde-se vida e até mesmo mitologia, ganha-se adolescentes padrões e aborrecidos que lidam com mistérios igualmente apáticos.

Caso a série ainda ousasse nas sequências de ação e efeitos especiais, alguma coisa poderia ser aproveitada. O problema é que Fate – A Saga Winx é um vergonha do ponto de vista técnico, e os efeitos deixam muito a desejar. Desta forma, fica ainda mais inexplicável a abordagem da Netflix para suas produções: enquanto alguns títulos são riquíssimos em texto e visual, outros são vergonhosamente precários.

Primeiro tropeço da plataforma em 2021 não é horrível, mas poderia ser melhor

Não espere guardar nomes ou criar laços por nenhuma trama, mesmo sendo fã do original. Fate – A Saga Winx é uma história de origem fatídica que não desperta interesse.

Para quem é fã, a série pode decepcionar, já que pouco honra o material. Entre tropeços e pouquíssimo brilho, Fate é o primeiro grande embaraço da Netflix em ano de apostas altas para a plataforma de streaming. No final, isto não é TV, nem HBO, é a Netflix.

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Sobre o autor

Matheus Pereira

Coordenação editorial

Matheus Pereira é Jornalista e mora em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Depois de quase seguir carreira na Arquitetura, enveredou para o campo da Comunicação, pelo qual sempre nutriu grande paixão. Escritor assíduo na época dos blogs, Matheus desenvolveu seus textos e conhecimentos em Cinema e TV numa experiência que já soma quase 15 anos. Destes, quase dez são dedicados ao Mix de Séries. No Mix, onde é redator desde 2014, já escreveu inúmeras resenhas, notícias, criou e desenvolveu colunas e aperfeiçoou seus conhecimentos televisivos. Sempre versando pelo senso crítico e pela riqueza da informação, já cobriu eventos, acompanha premiações, as notícias mais quentes e joga luz em nomes e produções que muitas vezes estão fora dos grandes holofotes. Além disso, trabalha há mais de dez anos no campo da comunicação e marketing educacional, sendo assessor de imprensa e publicidade em grandes escolas e instituições de ensino. Assim, se divide entre dois pilares que representam a sua carreira: de um lado, a educação; de outro, as séries de TV e o Cinema.