Crítica: New Amsterdam encerra 3ª temporada com viradas esperadas

Crítica da terceira temporada de New Amsterdam. Texto contem spoilers do último episódio e perspectiva para quarta temporada.

Critica New Amsterdam 3 temporada

New Amsterdam chegou ao final de uma temporada agitada, com mudanças nas tramas de cada protagonista. Algumas das novidades eram bem esperadas, porém, isso não significa ter faltado emoção no último episódio.

Em “Morte começa na radiologia”, tivemos um episódio mais explicitamente dividido entre cada personagem, explorando seus dramas e decisões pessoais. Dessa forma, cada pedaço do episódio serviu para fechar arcos iniciados nesta temporada ou nas anteriores.

Afastando-se do mote da temporada, em que a cada episódio Max tenta reformular um grande aspecto do sistema de saúde, a season finale foi mais contida. Isso, sem dúvidas, foi um ponto muito positivo para extrair o máximo de cada protagonista.

Sharpe e as consequências em New Amsterdam

Ao longo da temporada, mergulhamos na vida familiar de Helen. Vimos mais um relacionamento relâmpago, a chegada de sua sobrinha. Bem como sua dedicação a ela e, finalmente, a ida a Londres. No episódio final, temos Helen lidando com sua relação com a mãe, que apresentava sinais de problemas pulmonares, e com Max.

New Amsterdam 3 temporada
Imagem: Divulgação

O começo e, da mesma forma, o fim de episódio conectaram a trama entre Helen e Max. Primeiramente, assistimos a uma troca de mensagens de áudio em que os dois falam, mais ou menos, o que queriam nas últimas temporadas. Depois, temos uma rápida tentativa da protagonista em resolver coisas antes de voltar a Nova Iorque.

Eu gosto bastante de Helen Sharpe e acho seu arco muito bom. Começando como a médica popstar e passando por um processo de engajamento bastante legal. Porém, acho que a série ainda não encontrou o tom para sua maneira de lidar com relacionamentos, caindo em algo meio brega. Voltarei a isso no final.

Bloom

Lauren foi uma personagem que cresceu muito nesta temporada. Depois de dois anos sem muita clareza quanto ao seu papel na série, parece que agora os produtores conseguem aproveitar bem o talento de Janet Montgomery.

Sua relação com Leyla ao longo da temporada foi muito melhor do que as demais apresentadas na série (principalmente a com Reynolds). Entretanto, esse final também pareceu um pouco apressado.

No episódio, Leyla é aprovada em um programa de residência em Washington, o que permitirá aproveitar seu diploma médico obtido no Paquistão. Infelizmente, ela não havia sido aceita no New Amsterdam. Logo, Lauren negociou de forma escusa com o diretor de residências para conseguir que sua companheira tivesse a vaga.

Não só o plot em si parece meio forçado, mas a maneira como foi apresentado também ficou exagerada. A cena de Lauren surtando numa sala de suprimentos médicos e a que ela e Leyla conversam sobre a chance em New Amsterdam não convenceram. Ainda assim, a personagem termina a temporada com uma ótima trama engatilhada para o próximo ano.

Imagem: Divulgação.

Frome

A parte do episódio dedicada a Iggy Frome foi outro ponto de escape do hospital. Seguindo seu afastamento devido aos eventos com Chance, Iggy e Martin partem para uma típica road trip com seus filhos.

Embora mais curta que as demais, a parte de Iggy trouxe com sutilezas o caminho de sobrecarga e necessidade de reconstrução do personagem na série. Ao longo deste ano, Iggy tem lidado com várias questões ligadas à sua relação com si e o mundo. Não é exatamente uma surpresa que ele decida não praticar psiquiatria, mas a maneira como a decisão foi construída merece destaque.

Tivemos, portanto, um final de temporada ao mesmo tempo mais afetivo para Frome, seguido de uma importante decisão que deverá reverberar na próxima temporada.

Reynolds

A trama de Floyd na terceira temporada teve um ritmo distinto dos demais protagonistas. Tanto por ter demorado mais para que retornasse ao cotidiano do hospital, quando pela transição de relacionamentos pessoais e no trabalho.

Em “Morte começa na radiologia”, Floyd lida com as limitações no seu acordo com Lyn de viver um relacionamento poliamoroso. Além disso, temos a sua trama profissional ser misturada com a pessoal, por conta de uma promoção a vice-chefe de cirurgia do hospital.

Isso se deve porque, de forma nada surpreendente, o chefe de cirurgia é o marido de Lyn, dr. Flores. A maior parte das séries aborda o tema do poliamor e outras formas de relação não-monogâmica com bases nesses “constrangimentos”, transformando em grandes tramas.

Apesar de achar uma visão muito rasa sobre esses tipos de relação, é inegável que abrirá possibilidades para a série explorar isso bem na quarta temporada. Principalmente, se o tema for tratado sem a recorrente moralização e hipocrisia.

Goodwin

Finalmente, a trama de Max trouxe, de forma simbólica, uma questão que o persegue desde o fim da primeira temporada. Ao não saber onde deixou sua aliança, Max explorou seus traumas e limites quanto à perda de Georgia.

A série tem abordado de forma sensível o luto de seu protagonista, sem pressa e viradas forçadas. Todo o lance com a aliança deu a entender que foi uma tentativa de fazer o personagem encerrar aquele arco. Isso foi bastante positivo.

Vê-lo concentrado em algo mais intimista também foi ótimo, dando mais realidade ao personagem. Entretanto, a cena final, em que finalmente ocorre o shipSharpwin”, me pareceu bastante clichê.

Evidentemente, isso não significa ter sido algo ruim. Eu preferia uma situação mais real, com duas pessoas adultas conversando sobre esse monte de coisas não-ditas em três anos. Mas a escolha por esse jogo de falar coisas soltas, desistir, correr de volta e ter uma grande cena é mais televisivo.

De toda forma, agora temos um novo cenário desenhado para Helen e Max, com uma série de questões para ambos encararem. Aliás, na realidade, isso é o que está colocado para toda a série. Além disso, o começo da temporada, com uma discussão sobre o “novo normal” em relação a um futuro pós-pandemia, migrou para um novo normal dos protagonistas.

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Como será essa realidade? Teremos grandes mudanças na maneira como a série é conduzida? Ou somente uma reorganização dos personagens? Uma coisa muito positiva é que teremos a possibilidade de responder a todas essas perguntas, com mais duas temporadas garantidas!

Voltamos com New Amsterdam na próxima temporada!

E então, quais suas perspectivas? Deixe nos comentários e, igualmente, continue acompanhando as novidades do Mix de Séries.

Nota: 4/5

Sobre o autor
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Luiz Alves

Historiador, pesquisador em saúde, fã de histórias em quadrinhos e jogador de RPG de longa data. Adoro sitcoms de Seinfeld a Brooklyn Nine-Nine, cresci vendo dramas como House, e me apaixonei pelo suspense de Hannibal e a fantasia de Penny Dreadful. Escrevo no Mix desde 2017, fazendo reviews de séries baseadas em quadrinhos, dramas e outras por aí. Atualmente, faço as reviews de New Amsterdam.

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