Crítica: Pretty Little Liars: Um Novo Pecado é um terror viciante

Critica dos três primeiros episódios de Pretty Little Liars: Um Novo Pecado, do mesmo criador de Riverdale. Uma série original HBO Max.

pretty little liars original sin

A espera finalmente acabou. Os três primeiros episódios da primeira temporada de Pretty Little Liars: Um Novo Pecado já estão disponíveis na HBO Max e o resultado é bem surpreendente. Não temos a abertura clássica da série original, mas a música tema ganha uma versão mais sombria. Não temos as cenas enigmáticas de ‘A’ ao final dos episódios, mas temos a presença perturbadora de um grande vilão. A série acerta ao entregar uma proposta totalmente diferente do que os fãs já conhecem. 

Vale lembrar que Pretty Little Liars fez história na TV e marcou uma geração. Assim, jovens espectadores acompanharam a história de uma grupo de amigas perseguidas, chantageadas e manipuladas por um algoz chamado ‘A’. Baseada nos livros de Sara Shepard, a série que misturava drama adolescente e suspense policial tornou-se um sucesso. E, desta vez, o criador de Riverdale, Roberto Aguirre-Sacasa, abraça o terror slasher apresentando ao público uma história clássica de terror cheia de referências.

Na trama, uma história de terror conecta duas gerações. Vinte anos atrás a morte trágica de uma jovem marcou a pequena cidade de Millwood e a vida de cinco melhores amigas. No presente, suas filhas são atormentadas por uma figura misteriosa. As “Liars” devem pagar pelos próprios pecados e pelos pecados de suas mães. O assassino mascarado é uma figura onipresente e onisciente, o que torna a vida das meninas ainda mais complicada. Nunca a vida escolar foi tão difícil e perigosa.

Novas mentirosas, novos segredos e um novo mistério

Diferente da série original, as Liars não são melhores amigas. Todas são reunidas no estilo Clube dos Cinco só para perceber que têm algo em comum. Karen (Mallory Bechtel) é a bitch da escola e coleciona alvos para praticar suas maldades, e as meninas são suas vítimas. Mas não demora muito para o grupo perceber qual é seu real problema.

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O elenco de Pretty Little Liars: Um Novo Pecado é bem diverso. As protagonistas carregam muitas características em suas personalidades e não estão presas a estereótipos. São personagens multidimensionais e isso sem dúvidas torna tudo mais interessante. A cada episódio o espectador descobre algo novo sobre elas. Igualmente, são carismáticas e, quando finalmente formam um grupo, trazem a sensação de familiaridade aos fãs de PLL.

Imogen (Bailee Madison) parece ser a principal entre as cinco. Grávida de um pai misterioso, a jovem sofre um trauma recente e precisa se reajustar,. Tabitha (Chandler Kinney) é a nerd do grupo. Uma cinéfila que após a escola trabalha no cinema da cidade e está sempre citando algum filme de terror.

Noa (Maia Reficco) está em condicional prestando serviço comunitário por causa de um problema com drogas e na sua vida nem tudo é o que parece.

Enquanto isso, Faran (Zaria Simone) sonha em ser uma bailarina ao mesmo tempo que precisa lidar com algumas questões com sua mãe ausente. Minnie “Mouse” (Malia Pyles) é solitária e carrega a fama de ser estranha por ser introvertida, além de ser ligada em jogos e tecnologia.

As novas 'liars'.

Uma história de terror cheia de referências

A trama estabelece alguns mistérios que vão além de descobrir quem é o assassino. Dessa forma, a história fica mais dinâmica. À medida que o roteiro revela mais sobre cada Liar e suas famílias, novas informações vão surgindo. Os três episódios tem um ritmo ótimo e a ação não esfria em nenhum momento. É bem provável que a primeira temporada explore mais o evento de 1999, o pecado original. Parece haver muita história por trás da trágica morte de Angela Waters, algo que as mães estão escondendo.

Fica claro que todas as Liars já tiveram um momento de felicidade no passado, mas o presente é bem problemático. Cada uma tem um drama, trazendo um background interessante para cada história. Roberto Aguirre-Sacasa não nega sua paixão pelo terror/suspense. Ele entrega muitas referências como “Eu sei o que vocês fizeram no verão passado”, “Pânico”,  “Halloween”, “Yellowjackets”, entre outras. A série não tem medo de recriar clássicos do slasher em algumas de suas cenas.

Além disso, Millwood carrega a mesma energia de Riverdale. Os corredores da escola, as ruas da cidade, a atmosfera densa e a paleta de cores frias. Igualmente, a série prova que aprecia o pós-terror, antes chamado de terror psicológico, com citações a Jordan Peele, Ari Aster e Hereditário. A atmosfera da série é similar aos episódios de halloween da série original, mas aqui o perigo é mais real.

Embora a história seja viciante, a produção não é perfeita. Aparentemente o covil do assassino fica em um galpão da escola sem ninguém perceber. O zelador da escola é assassinado e absolutamente ninguém sente falta dele. E o roteiro carrega algumas pequenas falhas que podem ser ajustadas ao longo dos próximos episódios.

Afinal, vale a pena assistir Pretty Little Liars: Um Novo Pecado?

Pretty Little Liars: Um Novo Pecado entrega tudo que o público gosta e pode ser considerado o mais novo guilty pleasure (prazer culposo) do momento. A série possui um elenco carismático com uma boa sinergia. E, além disso, a história traz um mistério instigante e viciante, tudo que um fã de terror slasher gosta. Visualmente a série se desenrola como um filme de terror adolescente. E, então, a julgar pelos três primeiros episódios, o bom ritmo da trama deve seguir uma crescente.

A trama orbita em torno do universo e dos conceitos da série original. O roteiro utiliza alguns recursos dos livros de Sara Shepard. A trilha sonora é bem marcante e a figura de ‘A’ é realmente assustadora. Apesar de ser um drama teen, a série entrega um desenvolvimento mais amadurecido das tramas, abordando temas relevantes. 

Além disso, os jovens têm uma representação mais próxima da realidade. O drama adolescente está ali, mas os jovens são autênticos em comparação com outras séries. Portanto, depois da reinicialização morna de Gossip Girl, parece que a HBO Max finalmente acertou a mão trazendo uma história que expande o universo da série original e entrega sangue novo.

Sobre o autor
Yuri Moraes

Yuri Moraes

Bacharel em Direito, estudante de Marketing Digital. É fascinado pelo universo dos heróis e apaixonado por séries e filmes. Livros de suspense policial são seus favoritos. Boa música e reality shows nao podem faltar. A série favorita, The OC. No Mix, colabora com algumas críticas de séries como, Blindspot, Ozark, La Casa de Papel entre outras.

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