Ruptura (Severance), 7 motivos para assistir a série

Severance é um dos grandes sucessos do ano e você não pode ficar de fora dessa. Aqui, listamos 7 motivos para você assistir a série.

Severance

Severance (Ruptura) estreou em 2022 e já é um dos grandes sucessos do ano. Produzida pela Apple TV, a série conquistou a crítica, tornou-se queridinha do público e pode fazer bonito no Emmy. Por isso, listamos 7 motivos imperdíveis para você assistir Severance.

1 – Direção de Ben Stiller

O trabalho de direção de Ben Stiller talvez seja o elemento mais fantástico de toda a série. Isso porque cada cena parece precisamente planejada para servir a dois propósitos. Um deles é puramente visual, e Stiller dá um show ao entregar quadros e sequências absolutamente estonteantes. O outro é o narrativo, e é notável como o comando do cineasta ajuda a criar um universo e contar uma história que sempre confia na inteligência do espectador. Aliando a rigidez estética de Mr. Robot com a fluidez de um Christopher Nolan, Stiller realiza aquele que talvez seja o melhor trabalho de direção na TV do último ano.

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Ruptura

2 – Atuação de Adam Scott

Adam Scott é a espinha dorsal de Severance. A série funciona em grande parte porque acreditamos e nos importamos com Mark. Ele é um personagem perdido, mas não totalmente irrecuperável. Sabemos, logo na primeira cena, que ele está passando por problemas em sua vida pessoal e, assim, ele ganha nossa consternação. Ao entrar no trabalho, entretanto, Mark muda totalmente, e Scott merece aplausos justamente por interpretar dois personagens distintos. Mais do que isso: dois personagens diferentes que são, em essência, a mesma pessoa.

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Ruptura 2 temporada
Imagem: Divulgação.

3 – A premissa

A ideia da série é boa o suficiente para garantir pelo menos nossa atenção inicial. Na trama, acompanhamos alguns personagens que passam pela ruptura. A ruptura é uma tecnologia que permite a separação da vida pessoal daquela que vivemos no trabalho. Assim, quando alguém está em casa, não consegue lembrar nada do trabalho; quando está no emprego, não tem lembranças do lar. O sistema passa a falhar com Mark no momento em que os mundos convergem e começam a desmoronar.

4 – A fotografia e a direção de arte

Caso você queira entender como a fotografia e a direção de arte são importantes na TV e no Cinema, assista Severance. Aqui, estas duas partes essenciais não só garantem bons visuais como contam uma história. A fotografia, por exemplo, faz um trabalho espetacular ao separar os dois mundos, o “interior”, do trabalho, e o “exterior”, da vida pessoal de cada personagem. No mundo interior, temos lentes menores, que aproximam o espectador dos personagens, como se estivéssemos controlando, espionando, em um ambiente claustrofóbico. No exterior, temos uma abordagem setentista, mais quente (apesar do frio da locação) e com lentes grandes, que nos distanciam do elenco e tornam os ambientes maiores e mais livres.

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Já a direção de arte cria os cenários impecáveis que dão pistas sobre os mundos e personagens de Severance. Para isso, a série investiu em um design de empresas dos anos 1960 e 1970. Aliada a esse estilo, temos computadores antiquados, mas tecnologias avançadas. Estes elementos, juntos, criam um anacronismo bizarro. A estranheza, aliás, é algo que a direção de arte busca a todo o momento, principalmente no escritório. Enquanto o verde busca conforto, o branco excessivo é totalmente opressor, ao passo que o carpete infantiliza o espaço e os personagens, que parecem presos em um imenso playground. O escritório, aliás, tem ecos de um labirinto, e parece nunca acabar, apesar de seus corredores minúsculos.

5 – Elenco impecável de coadjuvantes

Não é toda série que pode se gabar por ter Christopher Walken e John Turturro no elenco. Severance tem, e ainda pode se exibir por contar com outros nomes de peso. Um deles é Patricia Arquette, como a complexa vilã que gerencia o escritório. Walken e Turturro, por sua vez, protagonizam alguns dos momentos mais íntimos e tocantes da série. Já Britt Lower é um dos maiores destaques, justamente por ter um dos personagens mais complexos da galeria. É este brilhante elenco, com o roteiro em mãos, que conduz o espectador por um quebra-cabeças intrigante que culmina em um clímax irretocável.

6 – Importantes debates sociais

Como discutimos em nossa crítica, Severance levanta importantes questionamentos não só sobre livre-arbítrio, mas sobre nosso papel com relação ao trabalho e nossas identidades. Afinal, o quanto de nós mesmos levamos para o trabalho? Nosso caráter e vivências interferem até que ponto em nossas decisões diárias no emprego? Em contrapartida, em que nível nossa felicidade é medida com relação ao trabalho e ao salário? Em Severance, o sistema começa a ruir em grande parte porque pedaços de pessoas habitam aqueles mundos, e não pessoas completas.

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Ruptura 2 temporada
Imagem: Divulgação.

7 – Pode ser a nova queridinha do Emmy

Ruptura desponta como uma das três forças do próximo Emmy. Na dianteira, Succession, Round 6 e Severance dividem o favoritismo. A série da HBO tem o apoio da crítica, dos fãs devotos e do próprio Emmy, que já premiou o show anteriormente. Já Round 6 é um fenômeno absoluto, e a premiação talvez precise de algo assim para voltar à boca do povo. Severance, por sua vez, parece correr por fora, tendo reconhecimento da crítica, apoio do público e atenção dos votantes. Neste sentido, ainda que não vença o prêmio principal, tem grandes chances de vencer estatuetas de Direção, Roteiro, atuações e uma porção de categorias técnicas.

Sobre o autor

Matheus Pereira

Coordenação editorial

Matheus Pereira é Jornalista e mora em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Depois de quase seguir carreira na Arquitetura, enveredou para o campo da Comunicação, pelo qual sempre nutriu grande paixão. Escritor assíduo na época dos blogs, Matheus desenvolveu seus textos e conhecimentos em Cinema e TV numa experiência que já soma quase 15 anos. Destes, quase dez são dedicados ao Mix de Séries. No Mix, onde é redator desde 2014, já escreveu inúmeras resenhas, notícias, criou e desenvolveu colunas e aperfeiçoou seus conhecimentos televisivos. Sempre versando pelo senso crítico e pela riqueza da informação, já cobriu eventos, acompanha premiações, as notícias mais quentes e joga luz em nomes e produções que muitas vezes estão fora dos grandes holofotes. Além disso, trabalha há mais de dez anos no campo da comunicação e marketing educacional, sendo assessor de imprensa e publicidade em grandes escolas e instituições de ensino. Assim, se divide entre dois pilares que representam a sua carreira: de um lado, a educação; de outro, as séries de TV e o Cinema.