Corte de gastos e novo spin-off teriam sido as razões de demissões em Grey’s Anatomy

Imagem: THR/Instagram/ABC/Divulgação/Reprodução
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Demissões de Jessica Capshaw e Sarah Drew tomaram grandes proporções… 

Por essa os produtores de Grey’s Anatomy não esperavam…

Assim que foi noticiado a saída das atrizes Jessica Capshaw e Sarah Drew, a internet foi tomada por Grey’s Anatomy. Só se falava nisso. Claro, não é a primeira vez – e provavelmente não é a última – que vemos médicos dando adeus a série. Mas as circunstâncias foram diferentes.

O termo “razões criativas”, usado pela produtora Krista Vernoff, tornou tudo muito impessoal, e logo começaram as especulações sobre a verdadeira razão pela qual as atrizes foram dispensadas. Um dia após o ocorrido, podemos ver o panorama com mais calma, e tentar chegar à uma conclusão sobre o porquê do ocorrido. Entenda:

Shonda Rhimes não escreve mais Grey’s Anatomy, e sim Krista Vernoff…

Antes que os fãs passem a xingar Shonda Rhimes, ela não tem nada a ver com esta saída. Sim, o controle criativo não está mais nas mãos de Rhimes. A autora deixou a ABC para um acordo milionário com a Netflix e, assim, precisou deixar o cargo de showrunner de Grey’s Anatomy. Um showrunner é que conduz as histórias de uma série, o chamado “autor principal”. Para substituí-la, a autora Krista Vernoff – que já havia trabalhado em Grey’s Anatomy nas primeiras temporadas, foi chamada para a função.

Imagem: Youtube

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Desta forma, desde o começo desta 14ª temporada, todos os rumos criativos de Grey’s Anatomy são de Vernoff, e não de Shonda Rhimes…

Negociações de contrato!

Sem dúvidas, as negociações de contrato estiveram envolvidas neste caso. Entretanto, ao que se percebe, nem Sarah Drew, nem Jessica Capshaw foram consultadas para uma redução salarial. Elas simplesmente foram cortadas, sem qualquer tentativa de a manterem no show. A prova disso é que a própria Drew disse ter ficado “chocada” com a notícia, e que ainda não havia processado que precisaria deixar a série.

Desta forma, o que os fãs precisam entender é que, dificilmente, uma série corta dois atores de “alto escalão”, sem uma verdadeira razão. E a série não iria se desfazer de dois personagens queridos pelo público, se não fosse por uma razão muito profunda.

O termo “razões criativas”, geralmente, é usado para “abafar” algum caso de bastidores. Brigas, redução salarial, dispensa por corte de gastos (veja aqui uma lista com 8 casos). E com Grey’s não é diferente. A série não é esse país da maravilhas que os fãs imaginam por trás dos bastidores. Há muita podridão ali, infelizmente.

Isaiah Washington (Preston Burke), por exemplo, foi dispensado na terceira temporada por brigar com outros atores. Eric Dane, o Mark Sloan, foi dispensado na nona temporada porque o seu salário estava alto demais, e Patrick Dempsey e Ellen Pompeo haviam pedido aumento para se garantirem até a décima temporada. Além disso, uma forte crise assolava o país naquele momento.

Logo, não se espante. Há sim um motivo para o corte das atrizes, e provavelmente foi o alto custo que elas estavam causando para a série.

Ah, mas porque não cortar outros?“. Krista Vernoff poderia sim, ter cortado outros atores de alto escalão como Justin Chambers (Alex) e Kevin McKidd (Owen). Mas atores menores como Camilla Luddington (Jo) ou Kelly McCreary (Maggie) não deveriam cobrir o custo salarial que Jessica e Sarah davam para a ABC. O contrato de Jessica, por exemplo, era tão alto, que ela já havia acertado este valor em 2015 – quando a emissora renovou seu contrato por TRÊS ANOS. As atrizes tinham longo tempo de casa, 10 anos, logo, elas tinham seus custos.

ABC está tendo altos custos com Grey’s Anatomy…

Grey’s Anatomy pode ser a série uma das séries mais assistidas da TV, mais popular, ou qualquer outra coisa. Ela pode até render mais de 3 bilhões por ano para o estúdio. Mas vamos colocar os pés no chão: orçamento tem limite. É como qualquer empresa. Precisa de um teto para se investir, e os salários incluem nisso.

O que acontece é que a ABC pode ter enfiado os pés pelas mãos. Neste momento, ela está arcando com uma produção caríssima, e os cortes foram necessários.

O contrato de Ellen Pompeo, é um exemplo. Não sabemos como foram as negociações da ABC com Ellen, mas pagar a bagatela de 20 milhões de dólares, para apenas uma atriz, foi uma jogada ousada. O salário de uma atriz, do porte de Ellen, chega a média 245 mil dólares. 20 milhões foi um pouco inflado? Bom, para Ellen não. Ela disse o seu valor para a ABC, e a emissora teve de pagar – afinal, não há Grey’s Anatomy sem ela. Também não sabemos se, no ato, a atriz tinha consciência que isso poderia implicar cortes no elenco. Mas precisamos ser realistas: é claro que havia essa possibilidade.

Imagem: THR/Divulgação

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A produção de Station 19 também entra na mistura. A ABC está investindo uma grana presada nessa série, afim de manter o bloco TGIT no ar. Com o fim de Scandal, e a ida de Shonda para a Netflix, o bloco ficaria com Grey’s Anatomy sob os cuidados de Vernoff, Station 19 criada por Stacy McKee, e How To Get Away With Murder conduzida por Pete Nowalk. Os três showrunners já estão com contratos mais do que renovados, e receberam um bom dinheiro para ficar na emissora. Essas três séries precisam ficar consolidadas juntas, uma vez que novas séries produzidas por Rhimes na ABC não serão lançadas.

Imagem: ABC/Divulgação

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Além disso, a nova série de bombeiros irá proporcionar um alto custo para emissora, porque será preciso fazer muitas cenas externas – isso quer dizer fora do estúdio. E claro, os muitos efeitos especiais que a série irá demandar.

Rumos criativos?

Então cabe a você, leitor, saber se vai cair na conversa do “rumos criativos”. Qual rumo criativo você veria para Arizona agora? Ou para April? Não sei vocês, mas tudo isso me pareceu “dano colateral”. Vocês conhecem esse termo? Foi usado na Grande Guerra para justificar mortes do lado aliado, em um conflito. É o que aconteceu aqui.

A emissora topou investir um alto custo em salários específicos, spin-offs, efeitos especiais e tudo mais… Infelizmente, parece que Jessica Capshaw e Sarah Drew foram as atingidas.

Claro, não é algo de outro mundo. Já vimos personagens bem mais relevantes indo embora de Grey’s Anatomy. Mas percebem como tudo na série está girando em cima de dinheiro. Por isso que, definitivamente, de criativo, a série não está tendo nada.

E isso me deixa triste. É uma pena ver uma série que tanto gostamos atingir este ponto…

Leia mais: É difícil reconhecer, mas Grey’s Anatomy precisa acabar!

Sobre o autor
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Anderson Narciso

Criador do Mix de Séries, atua hoje como redator e editor chefe do portal que está no ar desde 2014.Autor na internet desde 2011, passou pelos portais TeleSéries e Box de Séries.Fã de carteirinha de Friends, ER e One Tree Hill, é aficionado pelo mundo dos seriados. Também é fã de procedurais, sabendo tudo sobre o universo das séries Chicago, Grey's Anatomy, entre outras.

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